“A caminho da liderança”. O slogan adotado há algum tempo pela Record parece fazer a cada dia mais sentido dentro e fora dos domínios de Edir Macedo. Se perder parte do elenco para o principal concorrente foi doloroso para a Globo, ver os índices de audiência migrarem ao lado dos nomes que fizeram parte da história da emissora carioca é muito pior. Considerado um ícone do telejornalismo brasileiro, o Jornal Nacional, que segunda voltou a ser apresentado por William Bonner e Fátima Bernardes, é a mais recente “vítima” da Record.

No ar em um horário próximo ao jornalístico, Prova de Amor, se não ultrapassa, continua a incomodar a liderança global. Nesta segunda, segundo a Record, o folhetim atingiu 21 pontos de média, com picos de 24, números praticamente impensáveis há algum tempo. De acordo com dados da Globo, o Jornal Nacional conquistou 32 pontos de audiência.

Na quinta-feira (dia 19), segundo números fornecidos pelo Ibope – dados que mais tarde foram contestados pela Globo –, o jornalístico teria ficado oito minutos atrás de Prova de Amor, algo em torno de quatro pontos à frente do telejornal. No Rio, ainda no mesmo dia, a situação foi mais alarmante. A novela da Record apareceu na frente do Jornal Nacional por 17 minutos – uma eternidade aos olhos dos anunciantes.

Confusões do Ibope à parte – uma nova medição foi divulgada dias depois da Record ter anunciado a liderança, com a Globo numa situação mais confortável –, o fato é que a queda de audiência da Vênus Platinada não ocorre em todos os horários e tampouco pode ser atribuído somente à qualidade crescente da programação da Record. Em primeiro lugar, todo mundo sabe que boa audiência vem seguida de boa audiência. Não é segredo para ninguém que Bang Bang, atual trama das sete, conquista números mambembes para o horário e quando o Jornal Nacional entra no ar são poucos os televisores que ainda continuam sintonizados na Globo.

É preciso considerar também que no mesmo horário do JN, o SBT exibe os momentos finais do SBT Brasil, enquanto a Band coloca no ar o seu mais recente sucesso, a novelinha Floribella. De modo geral, a “dança das bancadas”, que vem ocorrendo nos noticiários desde o ano passado, provocou uma melhoria no conteúdo dos telejornais que acabaram conquistando um ou outro telespectador. Ao que tudo indica, a Rede TV!, que ainda carece de um bom telejornalismo, pode colocar mais lenha nessa fogueira. Boris Casoy segue como um nome forte para assumir o Rede TV! News.