Item de higienização e aliado no combate à proliferação do novo coronavírus, o álcool gel se tornou raro nas prateleiras de drogarias e lojas de materiais cirúrgicos (que vendem a substância a 70%, que tem função antisséptica). Um dos motivos para o sumiço do item é a dificuldade que fabricantes e distribuidores vêm enfrentando para dar conta da demanda. Assim, ontem, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou que farmácias de manipulação preparem e comercializem o produto.

A autorização da Anvisa – publicada ontem no Diário Oficial da União – é temporária, visando apenas “ampliar o acesso da população” e “para enfrentamento da emergência de saúde de importância internacional em decorrência” do vírus. “Todas essas fórmulas são preparações antissépticas ou sanitizantes que podem ser utilizadas no combate ao coronavírus”, publicou a agência.

Revendedores do álcool gel afirmam que o item desapareceu inclusive dos fornecedores, que proporcionaram aumento no preço. Antes, era possível encontrar um balde com 5 litros de R$ 35 a R$ 37. Hoje, varia de R$ 58 a R$ 100. “É um absurdo esta diferença”, explana Edson Garcia, da Comercial Ipiranga, de Santo André. “Fornecedores não estão conseguindo vencer a demanda de pedidos”, conta ele, que também teve crescimento na procura dos seus clientes pelo item.

“Infelizmente as pessoas estão abusando, fazendo estoque e deixando faltar para quem precisa. A recomendação é para que em casa se use água e sabão, que é o mais efetivo contra vírus e bactérias. (Deve) Deixar o álcool gel para quem precisa sair de casa”, sugere Cristina Vidal, farmacêutica responsável pela Farmácia Escola da USCS (Universidade de São Caetano) e gestora do curso de farmácia da mesma instituição.