Cultura & Lazer Titulo História do cinema
Enciclopédia de vida e obra de Mazzaropi

Pesquisador da região lista profissionais e verbetes conectados com a carreira do icônico ator e cineasta

Luís Felipe Soares e Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
04/11/2019 | 07:00
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Nário Barbosa/DGABC


O cinema é fruto de trabalho coletivo. Atores que estrelam os filmes, roteiristas que assinam histórias e diretores capazes de transformar sua visão em obras audiovisuais são apenas algumas das figuras que têm lugar na engrenagem que dá forma aos títulos finalizados. Antonio Leão da Silva Neto, de São Bernardo, é pesquisador com mais de duas décadas de experiência e sempre se preocupou em detalhar todos os trabalhadores detrás das câmeras em seus livros, como visto em Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro (1998) e Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa-Metragem (2002).

“Acho que devemos o respeito e admiração para esses ilustres desconhecidos que fazem literalmente o filme ‘acontecer’”, explica ele na seção Esclarecimentos Importantes, logo na parte inicial de Enciclopédia Mazzaropi de Cinema (312 páginas), seu mais novo projeto independente. O autor coloca suas curiosidade e paciência para prestar homenagem a 900 pessoas que ajudaram a transformar o ator e cineasta Amácio Mazzaropi (1912-1981) em figura icônica dentro da sétima arte brasileira, além de explanar sobre verbetes conectados ao universo movimentado pelo artista ao longo do tempo, como nomes de personagens, publicações informativas e documentários temáticos.

O saudoso astro nacional vivenciou movimentada produção cinematográfica entre 1952 e 1980, tendo sucessos como Sai da Frente (1952), Gato de Madame (1956), Jeca Tatu (1960) e O Corintiano (1967). A obra de Neto tenta conectar tudo e a todos com produções que fizeram com Mazzaropi e também cita filmografia geral da carreira dos profissionais. Trabalho de checagem de informações, contato com parentes, respostas por redes sociais e banco de dados dos livros anteriores fizeram parte do processo. Detalhe que notas sobre o contato pessoal que o escrito teve com alguns entrevistados complementam o acervo.

A trajetória do artista cruza com a história do Grande ABC. Mais especificamente com a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, fechada há mais de 60 anos, em São Bernardo. “Mazzaropi chegou na Vera Cruz em 1951. Logo após a saída de Alberto Cavalcanti (ex-diretor-geral) e a chegada de Fernando de Barros havia a intenção de fazer filmes populares, de baixo custo. E Mazzaropi caiu como uma luva nessa ideia, trazendo ótimos resultados financeiros para a companhia”, conta Neto. No total, o ator realizou quatro filmes no local.

Entre os representantes da região na lista de biografados estão o artista plástico andreense Luiz Sacilotto (1924-2003), assistente de cenografia em Sai da Frente (1952), e Geraldo Faria Rodrigues (1930-2005), ex-prefeito de São Bernardo e creditado como assistente de produção de Nadando em Dinheiro (1952).

Neto explica que o trabalho independente é uma luta constante. “Nunca tive facilidades na edição dos meus livros, principalmente por eles não possuírem uma temática comercial que interesse às editoras.” A tiragem de Enciclopédia Mazzaropi de Cinema é limitada a 500 exemplares, sendo vendidos apenas diretamente com o autor. Interessados terão oportunidade no dia 13, quando o pesquisador realiza o lançamento da obra na Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207), em São Paulo, a partir das 19h. Não faltarão autógrafos e histórias para contar.




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