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Em S.Bernardo, Doria garante tirar do papel PPP da Linha 18

Governador assegura que modal sairá, mas evita cravar data; França deixou R$ 40 no orçamento

Por Júnior Carvalho
Do dgabc.com.br
16/01/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O governador João Doria (PSDB) garantiu ontem, durante visita a São Bernardo, a construção da Linha 18-Bronze, que ligará o Grande ABC à Capital, ainda que o orçamento do governo do Estado para este ano tenha reservado apenas R$ 40 para viabilização do modal. Foi a primeira agenda oficial do novo governador na região desde que assumiu (leia mais abaixo).

O tucano, porém, não quis dar previsão de quando nem como o monotrilho será tirado do papel, mas antecipou que manterá o formato do projeto em PPP (Parceria Público-Privada). Neste ano, a ideia de construir linha que ligaria cidades da região à Capital paulista completa cinco anos que teve o contrato assinado, mas nunca foi concretizada de fato.

"Nós estamos estudando esse assunto com duas secretarias, a de Transportes Metropolitanos e a da Fazenda. O que eu posso dizer é que essa Linha 18 será implementada. Estamos estudando qual o melhor formato, mas obra parada não vai existir ao longo do nosso governo”, afirmou Doria, após participar de cerimônia de inauguração de unidade do Bom Prato em São Bernardo.

Em novembro, o Diário revelou que o Palácio dos Bandeirantes, então gerido por Márcio França (PSB), decidiu destinar parcos R$ 40 na LOA (Lei Orçamentária Anual) para a construção do monotrilho, valor bem abaixo do R$ 1 milhão provisionado no ano anterior. Esse valor seria utilizado para custear as despesas com as desapropriações de imóveis nas áreas por onde passaria o metrô, primeira etapa do projeto.

O deputado estadual Teonílio Barba (PT) chegou a apresentar emenda à LOA cujo objetivo era transferir R$ 10 milhões destinados para área da publicidade para a construção da Linha-18, mas a iniciativa foi rejeitada. Ontem, Doria reafirmou que “não haverá uso exclusivo de dinheiro público para transporte coletivo” e destacou ainda que o “próprio projeto de Linha 18 pode mudar”.

“Todas as nossas ações (voltadas para o setor de transportes) serão feitas através de PPP. Nós estamos estudando qual a melhor destas alternativas (para tirar a Linha 18 do papel), mas estamos cientes que há saída e vamos anunciar oportunamente”, salientou o governador, que não prometeu datas. “Estamos acelerando esse processo. Hoje (ontem) é o 15º dia de governo. Que o projeto vai para frente, vai. Todas as obras paradas serão ativadas ao longo do nosso mandato.”

Apesar de não ter alterado a LOA por meio de emenda, o próprio Palácio dos Bandeirantes pode alterar os valores destinados à Linha 18, por meio de decretos de remanejamento de verbas.

A Linha 18 foi orçada em R$ 4,26 bilhões e prevê a construção de 13 estações e 15 quilômetros de trilhos, saindo de Tamanduateí até a parada Djalma Dutra, em São Bernardo, passando por Santo André e São Caetano. 

Primeira agenda na região é com Morando

Ontem, em sua primeira passagem pelo Grande ABC como governador de fato, João Doria (PSDB) escolheu cumprir agenda em São Bernardo, governada pelo aliado Orlando Morando (PSDB), principal cabo eleitoral na região do tucano durante a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.

O prestígio do prefeito junto ao governador resultou, inclusive, em garantia de futuros investimentos do Estado para São Bernardo. No mesmo evento em que Doria inaugurou a primeira unidade do Bom Prato na cidade, ontem, o prefeito aproveitou para pedir publicamente ao correligionário um segundo prédio do restaurante no município e, de prontidão, recebeu aceno do governador de que a gestão tucana estudará o pleito.

Durante a disputa eleitoral do ano passado, Morando foi um dos poucos prefeitos da região que fizeram campanha para Doria, inclusive, integrando a coordenação. A maioria dos chefes dos Executivos fechou apoio ao projeto à reeleição de Márcio França (PSB) ou optou pela neutralidade no pleito. O socialista, aliás, pouco auxiliou o Grande ABC em seu mandato. O Diário mostrou que França deixou promessas pelo caminho e reduziu repasses voluntários à região.

Em seu discurso, Morando colocou São Bernardo à disposição de Doria para usar como “laboratório” das ações do Palácio dos Bandeirantes.




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