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Força Sindical diz que Mantega
despreza temas sociais
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
30/01/2011 | 07:30
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A Força Sindical divulgou nota apontando incoerência dentro do Ministério da Fazenda em relação aos estudos sobre a correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). Embora o ministro Guido Mantega tenha negado tais estudos, a existência deles foi confirmada pelo secretário-executivo da pasta, Nelson Barbosa, na reunião do governo com as centrais, na última semana.

A central acusa o ministro de ter "desprezo" pelos temas sociais. "Temos a nítida impressão de que o insensato ministro, que se encontrava de férias em Trancoso, região nobre do Estado da Bahia frequentada por parte da elite brasileira, voltou com a intenção de implantar a agenda econômica derrotada nas últimas eleições", diz a nota, redigida pelo presdinte da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Ele diz ainda que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também esteve no litoral baiano. "Será que ambos não se encontraram e ‘trocaram figurinhas' sobre o receituário do arrocho fiscal, da restrição ao crédito e do achatamento dos salários?"

As centrais sindicais defendem o reajuste da tabela do IR que, desde 2007, vinha sendo corrigido em 4,5%. Embora esse percentual muitas vezes ficasse abaixo da inflação, pelo menos permitia que o contribuinte sentisse o aumento recebido por meio do dissídio, que, em algumas categorias, vinha acompanhado de aumento real - que vai além do ajuste da inflação, que apenas repõe o poder de compra de um ano para outro.

Neste ano, entretanto, se o governo mantiver a não correção da tabela, muitos sequer sentirão no bolso o efeito do reajuste salarial. Pelo contrário, terão mais descontos e o seu líquido pode ficar até menor.

Uma pessoa que no ano passado ganhava R$ 2.200, estava enquadrada na alíquota de 7,5% do IR. Com um aumento de 10%, elevou sua renda mensal para R$ 2.420. Como a Receita Federal não ajustou a tabela, com esse salário ela passa à faixa dos 15%. Na prática, se em 2010 ela pagou R$ 52 mensais, neste ano vai pagar R$ 82,11, diferença de R$ 30,11. (com AE)




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