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A noite maior de um corintiano
Por Ademir Medici
29/04/2018 | 07:00
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Ramis Sayar estava feliz. Antes que a sessão solene em sua homenagem se iniciasse, na noite de quinta-feira, percorreu as galerias da Câmara Municipal de São Caetano como se ainda fosse presidente do Centro Acadêmico. Cumprimentou um a um os presentes, todos seus amigos mais queridos.

Memória não participa muito de eventos como este. Mas foi a primeira vez que vimos uma plateia tão numerosa e a participação de tantos vereadores numa sessão do tipo – geralmente só comparece o autor da propositura da homenagem, no caso o Dr. Serafim.
Ramis Sayar foi ao microfone. Emocionou-se. Chegou às lágrimas. Recordou a chegada da sua família a São Caetano. Era menino. Citou todos os órgãos estudantis do seu tempo. Destacou passo a passo sua experiência na municipalidade, em várias gestões. E desabafou, com classe, mas com firmeza:

– Foram necessários muitos anos e muito trabalho para eu ser reconhecido como filho de São Caetano. Este título eu divido com todos vocês, toda uma geração dos anos 50, 60, 70...

DEMOCRACIA CORINTIANA
A plateia vibrou. Aplaudiu. E um momento emocionante, logo no início da fala de Ramis, foi quando ele destacou dois nomes: professor Oscar Garbelotto, que não pôde comparecer por estar adoentado, e Ettore Dal’Mas, que surpreendeu o homenageado pela presença, este Dal’Mas tão querido que raramente aparece em noites como aquela.

Dr. Ramis só esqueceu uma passagem importante, a sua como diretor jurídico e torcedor do Corinthians, o Timão do Parque São Jorge e agora também de Itaquera.
O prefeito palmeirense José Auricchio não esqueceu.
Corrigiu uma data informada por Ramis:
– Nós nos conhecemos há mais tempo, e não só há 20 anos. Nos anos 80, tempo da Democracia Corintiana, vocês comemoravam um título, numa casa noturna em São Paulo, e eu com mais dois colegas resolvemos ir conferir.
O jovem Auricchio, pouco mais que um molecote, mais os amigos, não tinham convites. Pediram na portaria que chamassem pelo Ramis Sayar, que os colocou para dentro. Auricchio, palestrino, numa festa comemorativa do doce rival Timão. E o prefeito preferiu não declinar os nomes dos que o acompanharam, outros palmeirenses, por certo.

REGISTRO HISTÓRICO
Antes de irmos para a Câmara, solicitamos à jornalista Cecília Del Gesso, responsável pelo Banco de Dados do Diário, que encontrasse no arquivo a mais antiga foto guardada de Ramis Sayar. É a foto que publicamos hoje, tempo do Vicente Matheus, presidente do Corinthians, e do jovem advogado Ramis. Os dois, mais o advogado Antonio Jurado Luque, vieram a Santo André parabenizar o Santo André pelo título de campeão da Primeira Divisão. Na verdade, Vicente Matheus queria mais: levar Tulica e Fernandinho para jogar no Corinthians. Não conseguiu. Depois, viria a Democracia Corintiana citada pelo prefeito. E o são-caetanense de coração, e agora também no papel, Ramis Sayar, escreveria outro capítulo da história da sua vida.

Diário há 30 anos...
Sexta-feira, 29 de abril de 1988 – ano 30, edição 6739
Manchete – Governo anuncia que manterá URP – Unidade de Referência de Preços – para os salários
Indústria – A Autolatina, holding que controla a Volkswagen e a Ford, admite a ideia de vender as instalações da VW Caminhões, em Santo André, onde funciona o setor de fundição.
Memória – Sindicato andreense.

Em 29 de abril de...
1938 – Associação Comercial e Industrial de São Caetano inicia os seus trabalhos.
1953 – Prefeitura de São Bernardo aprova o loteamento Vila Rosa, então situado no bairro Piraporinha.
1958 – Fundada a Sociedade Amigos de Santa Terezinha, em São Bernardo.

Hoje
Dia Internacional da Dança. Instituído em 1982.
Criação da Associação Brasileira de História Oral (ABHO), em 1994.

Santo do dia
Catarina de Sena (1347-1380) pertenceu à Ordem Terceira de São Domingos e é considerada a maior glória da espiritualidade dominicana. Deixou muitos escritos. Ao falecer, tinha apenas 33 anos. Considerada a copadroeira da Europa.

Municípios brasileiros
Noventa e quatro municípios celebram aniversários em 29 de abril. Entre eles:
Santo André, Amparo, Sertãozinho, na Paraíba.
Em São Paulo, Campos do Jordão
Em Minas Gerais, João Monlevade
No Piauí, Várzea Branca
Em Goiás, Terezópolis de Goiás
No Rio Grande do Sul, São Vicente do Sul

São José, temos cinco:
São José de Princesa, São José do Brejo da Cruz e São José dos Ramos, na Paraíba
São José do Divino, no Piauí
São José do Hortêncio, no Rio Grande do Sul
(*) Dos 94 municípios do dia, a maioria está na Paraíba. Contamos 35. Claro, deve haver uma explicação. Quem sabe algum estudioso paraibano nos conte o motivo. Fonte: IBGE 




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