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A morte do Vicente curandeiro; e uma briga religiosa

A presença de Vicente Rodrigues Vieira, o curandeiro Vicente ou São Vicente, em São Caetano, provocou uma briga religiosa que exigiu a...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
17/03/2010 | 00:00
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A presença de Vicente Rodrigues Vieira, o curandeiro Vicente ou São Vicente, em São Caetano, provocou uma briga religiosa que exigiu a interferência do Vaticano. Diferentemente do que pensava o carlista padre Luiz Capra, amigo de Vicente, venceu uma ala contrária, que chegou a impedir que o corpo do curandeiro fosse velado na igreja local, 85 anos atrás.

A notícia está na primeira página do jornal O Comercio de São Bernardo (nº 1, de 21 de março de 1925).

Exemplar do jornal nos chegou às mãos por descendentes do jornalista César Maida. Repassamos esse jornal e toda a coleção recebida para o jornalista e professor Valdenízio Petrolli, que sistematiza aquelas publicações.

Enviamos cópia da notícia ao professor José de Souza Martins, que nos oferece as seguintes informações complementares:

1 - Ali se noticia que o padre, nessa altura já estigmatino, proibiu a entrada do corpo na igreja. Mas tempos antes, outro padre, carlista, em carta à sua congregação na Itália, fez referências a ele, muito positivas e até mesmo de admiração.

2 - A mudança da congregação católica responsável pelo trabalho em São Caetano, que ocorreu mais ou menos por essa época, está ligada a um conflito entre o arcebispo dom Duarte e os carlistas. Conflito que culminou com o envio, pelo papa, de um visitador apostólico a São Paulo para apurar o que estava acontecendo.

3 - Esse visitador foi dom Amleto Cicognani, que se tornaria famoso como secretário de Estado do papa João XXIII. O cerne do conflito era o caso de São Caetano. O arcebispo queria que os padres instalassem uma escola católica na localidade, coisa que os carlistas não fizeram, porque essa não era orientação própria de sua missão.

4 - O arcebispo tirou os carlistas e colocou os estigmatinos, que montaram a Escola Paroquial de São Caetano (hoje Instituto Sagrado Coração de Jesus), onde fiz os dois primeiros anos primários.

5 - Aparentemente, São Vicente pagou pelo conflito que não era dele.

Trabalhadores

Nascem em 17 de março:

1891 - Isidoro Fontes. Espanhol de Orense. Torneiro da Formicida JB Duarte. Residência: Ribeirão Pires.

1893 - Roberto Guizzo. Natural de Serra Negra (SP). Operário da Ultragás. Residência: Rua Distrito Federal, Vila Santa Terezinha.

1922 - Rodolfo I. dos Santos Filho. Natural de São Carlos. Destilador da Rhodia Química. Residência: Rua Suíça, 145, Parque das Nações.

Fonte: 1º livro de registro dos associados do Sindicato dos Químicos do ABC.

Turma do Rudge

Hoje é o aniversário de José Domingos, o Garrincha, que nasceu em 17 de março de 1945 na cidade de Caratinga (MG). Chegou a Rudge Ramos com a família em 1950. É caminhoneiro.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 16 de março de 1980

Campanha salarial - Mais de 50 mil devem atender à assembleia de hoje dos metalúrgicos, no estádio de Vila Euclides.

Política - PMDB é lançado em Diadema.

Primeiro plano (Eduardo Camargo) - Combate à corrupção, tarefa imperiosa.

Cinema - Estranho Sorriso, de Heitor Capuzzo e José Armando Pereira da Silva, participa do 7º Festival de Gramado. O curta-metragem é dedicado a Neusa Bassetto, diretora da Fundação Municipal Anne Sulivan, de São Caetano. Ela assistiu ao filme dias antes de sua morte.

Arte (Enock Sacramento) - As densas matérias de Emilio Jaime em São Bernardo.

Música (Valdir Pires) - Carmem Costa retorna ao disco.

Crônica 1 (Roterdan Cravo, pseudônimo de Fausto Polesi) - Com licença, falo do que está ocorrendo na casa do vizinho.

Crônica 2 (Guido Fidelis) - Fome não escolhe lugar, patente, beleza. Quem manda mesmo é o estômago.

MUNICÍPIO PAULISTA

Indiana. Elevado a município em 1949, quando se separa de Presidente Prudente.

CAPITAL BRASILEIRA

Aracaju foi fundada em 17 de março de 1855.

SANTOS DO DIA

José de Arimatéia, Patrício e Paulo de Constantinopla.

Na estampa, São Patrício (Escócia, 385 - Irlanda, 461). Foi bispo, levou o Evangelho à Irlanda e recebeu o título de apóstolo daquela nação. É também o padroeiro dos pastores.

Crédito da estampa: acervo Vangelista Bazani (Gili) e João de Deus Martinez.




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