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Vassouras: de volta à fase áurea do café
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
21/07/2004 | 20:25
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Quem pensa que a fase áurea do Ciclo do Café já se foi terá uma agradável surpresa ao visitar a região de Vassouras (RJ), no Vale do Paraíba, a partir deste sábado até 1º de agosto. É que nesta data, uma infinidade de cursos, concertos, rodas de causos, palestras, cortejos e espetáculos de música tomará conta das ruas, praças e fazendas centenárias para a segunda edição do Festival Vale do Café, que promete resgatar as histórias de riquezas, domínio político e sofisticação cultural que tanto marcaram a aristocracia fluminense num dos períodos mais agitados do Brasil Imperial.

O leque de atrações destinadas a transportar o público a meados do século XIX é tão gigantesco quanto as suntuosas propriedades rurais da região. A programação começa pela manhã e vai até o anoitecer, com opções que variam entre o clássico e o popular, ao longo dos municípios de Vassouras, Mendes, Barra do Piraí, Paty do Alferes e Engenheiro Paulo de Frontin (que abrange Morro Azul e Sacra Família).

A programação de concertos contará com grandes expoentes da música instrumental nacional. Entre eles, Wagner Tiso, o guitarrista Vitor Biglione, a dupla Zé da Velha e Silvério Pontes, o polifônico Hermeto Paschoal e a Orquestra Ciclophonica (grupo de músicos que tocam sobre bicicletas), além das harpas sob o comando de Cristina Braga – idealizadora e diretora geral do festival – e dos acordes do violão de Turíbio Santo, responsável pela direção artística do evento. Isso sem falar nas três atrações internacionais que marcarão presença na abertura de sábado: o pianista italiano Christian Leotta; o violoncelista inglês Richard Crawson e a harpista Marisela Gonzalez, da Venezuela.

Outros nomes consagrados, como Marcus Llerena, Rosana Lanzelotte, Maria Teresa Madeira, Lilian Barreto e Paulo Bosisio, se juntarão aos cortejos populares que tomarão conta das ruas sob o comando dos grupos folclóricos Caninha Verde, Maculelê, Jongo, Folia de Reis e Maracatu. Maculelê e Caninha Verde, aliás, estarão na abertura do festival, sábado, às 10h, na praça Barão de Campo Belo. É de lá que partirá o esperado cortejo de carruagens históricas no domingo, enquanto um passeio musical-ciclístico sairá da Fazenda Galo Vermelho para um percurso até a igreja de Nossa Senhora de Lourdes.

Na segunda, dia 26, haverá roda de “causos” em volta de uma fogueira em frente à igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Vassouras. Uma ótima oportunidade para os violeiros difundirem as lendas do interior para os visitantes. A noite de terça, por sua vez, será dedicada às serestas, com os tradicionais cancioneiros percorrendo as ruas de Vassouras ao embalo das modas que fizeram a fama da região tempos atrás.

E o dia 28 será reservado especialmente às crianças, tendo como ponto alto o show gratuito de Bia Bedran na praça Barão de Campo Belo, às 16h30. Projetos de educação musical, como o Villa-Lobinhos, o Pequenos Mozart (orquestra de crianças que se apresentará às 12h na capela do colégio Santos Anjos) e o grupo de câmera do PIM (Projeto Integração pela Música) – às 19h30, na igreja matriz Nossa Senhora da Conceição –, também subirão ao palco para revelar os futuros talentos da música instrumental, todos com entrada franca.

Para a festa terminar bem, cada dia será marcado por um show na Praça Barão de Campo Belo, no Centro da cidade, ao fim da noite. Um ato ecumênico encerrará o festival no dia 1º, com uma cerimônia em louvor à música e à natureza, seguida da bênção para músicos e ecologistas.




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