Eleições 2016 Titulo Sem financiamento empresarial
Sem dinheiro, candidatos intensificam último mês

Campanha deste ano é marcada por poucos recursos e menor tempo para pedir votos

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
03/09/2016 | 07:00
Compartilhar notícia


Proibidos de receber doação empresarial, prefeituráveis do Grande ABC enfrentam dificuldades, a um mês do pleito de outubro, para fazer as campanhas decolarem e, numa eleição reduzida pela metade, candidatos aproveitarão os últimos 30 dias para intensificar a caçada por votos.

A doação de empresas aos candidatos foi vetada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no fim do ano, depois que o Congresso Nacional manteve esse sistema. No dia 15, o Diário mostrou que o poder econômico empresarial representou, pelo menos, 25% das receitas dos prefeituráveis da região na eleição de 2012. Esse número, porém, tende a ser maior, já que o levantamento levou em consideração apenas as transações diretas aos candidatos e comitês de campanhas. O método de doação privada até então vigente no País permitia que o dinheiro fosse transferido aos diretórios nacionais e estaduais dos partidos, que distribuíam aos candidatos, dificultando o mapeamento completo das doações.

“Vem sendo uma adaptação. A minha maior dificuldade é a econômica. Mas nunca tive abundância financeira nas minhas campanhas (por disputa na Câmara)”, frisou o vereador de Diadema e candidato do PT ao Paço, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho.

Ex-prefeito de São Caetano e candidato do PSDB ao Palácio da Cerâmica, José Auricchio Júnior afirmou que reforçará o corpo a corpo com os eleitores nos próximos dias, mas diz aprovar a campanha mais curta – reduziu de 90 para 45 dias. “Não acho que é pouco tempo, mas (a legislação) precisa ser melhor calibrada, pois o período da pré-campanha se tornou campanha de fato.”

Candidato à reeleição, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), destacou estar se adaptando ao novo formato da eleição. “A campanha ainda não terminou, por isso, ainda não consegui fazer uma avaliação (sobre o período)”, discorreu o petista, que realizará eventos para arrecadar fundos para sua campanha.

“Eu acho que é muito boa uma campanha mais curta, pois incomoda menos as pessoas, menos os eleitores. A campanha daquela pessoa que tem história e nome na cidade, esse tempo não influencia”, analisou o prefeiturável do PPS em Ribeirão Pires, o ex-vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé.

Além do não financiamento empresarial, outras regras foram alteradas, como a restrição à colocação de cavaletes e pinturas em muros. Os gastos com as campanhas aos Paços foram estipulados pela Justiça Eleitoral e, no Grande ABC, podem girar em torno de R$ 100 milhões. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;