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General Motors pode demitir 320
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
17/01/2006 | 08:37
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A General Motors pode demitir 320 dos seus 600 funcionários lotados no setor de ferramentaria da unidade de São Caetano, caso não consiga firmar novos contratos para o fornecimento de ferramentas usadas na produção de veículos da própria empresa ou de outras montadoras. A ameaça de cortes ocorre devido à falta de encomendas dentro e fora do país. Sem serviço, o setor conta com trabalhadores excedentes.

Segundo o secretário nacional da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT), Marcelo Toledo, a possibilidade de dispensas poderá se tornar realidade a partir de fevereiro. Neste mês, vence o único contrato vigente na área e destinada ao México. Procurada pelo Diário, a GM não comentou o assunto.

“O problema é concreto e preocupa porque isso pode cair diretamente nas costas de toda a categoria”, lamentou Toledo, que é funcionário da ferramentaria e faz parte do grupo de oposição ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano (filiado à Força Sindical) dentro da fábrica.

A possibilidade de demissões é mais um capítulo do drama enfrentado pelos funcionários desde junho do ano passado, quando o problema começou a dar os seus primeiros sinais. Para reduzir a ociosidade no setor, a montadora precisou implantar um pacote de medidas, como férias individuais e coletivas, além da redução da jornada de trabalho de 40 para 32 horas semanais. Também foram abertos dois períodos de PDV (Programa de Demissões Voluntárias), que receberam a adesão de 50 pessoas.

A iniciativa faz parte de um acordo firmado entre empresa e sindicato. No entanto, o fantasma dos cortes voltou a assombrar a categoria porque o mesmo acordo vence no final deste mês. Na prática, seu término agrava mais a situação porque acontece num período próximo do final das exportações com o México.

Numa tentativa de atenuar a situação, diretores da entidade tentam agendar uma reunião com representantes da GM. O objetivo: prorrogar a vigência dessas providências para manter o nível de empregos.

“Precisamos sentar e conversar porque o assunto já está nos bastidores e rola dentro da categoria. A empresa não deverá tomar nenhuma posição antes de falar conosco”, amenizou o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

Encomendas –Num esforço de conseguir encomendas, e conseqüentemente manter o atual nível de empregos, diretores da GM ligados à ferramentaria intensificaram o trabalho de prospecção de novos mercados. Alguns deles têm viajado para diversos países com essa meta, destacou Toledo, da CUT.

“Muitos deles vão para vários locais até mesmo para recuperar alguns dos seus clientes, mas o problema se agravou devido ao produto brasileiro ter ficado menos competitivo por conta do dólar baixo”, lamentou Toledo.

A falta de serviços na ferramentaria vai na contramão do bom desempenho da fábrica da GM em São Caetano. Ao contrário desse setor, a produção de veículos aumentou no ano passado para atender o mercado interno. Por esse motivo, a montadora retomou a jornada de 45 horas semanais e convocou horas extras aos sábados, em dezembro. A unidade conta hoje com 8,9 mil funcionários.




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