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Fábrica de Sal tem aula aberta sobre patrimônio
Yara Ferraz
06/03/2016 | 07:00
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 O antigo prédio da Fábrica de Sal, localizado no Centro Alto, em Ribeirão Pires, está sendo ocupado pelo coletivo Sal da Terra aos fins de semana. Ontem, a programação do local contou com peça teatral, roda de brincadeiras e aula ao ar livre. Conforme os organizadores, cerca de 150 pessoas passaram por lá.

A professora da UFABC (Universidade Federal do ABC) e especialista em Planejamento Urbano e Regional Silvia Passareli foi responsável pela aula sobre Memória, Cidade e Patrimônio Histórico. “Precisamos entender que a população que não está preocupada em perder a fábrica é aquela que sai da cidade e vai trabalhar, de trem, em São Paulo. A história do município não é contada dentro das escolas. Aqui também não temos museus para falar sobre a importância disso tudo”, afirmou.

Presente ao evento pela segunda vez, a professora de Música e moradora da cidade Marta Roca Ferreira, 42 anos, conta que nasceu na cidade e apoia o movimento. “Minha mãe, Iracema Mathias Roca, lutou muito pela preservação do patrimônio histórico de Ribeirão Pires, então isso vem de família”, conta.

Moradora da cidade há pouco tempo, a professora de Sociologia Raquel Quintino, 42, está indignada com a possível demolição. “Além de ser um prefeito totalmente despreparado, ele vai entregar um espaço público em prol de interesses privados. Esse shopping não vai gerar emprego e sim acabar com as vagas do comércio local”, disse.

Toda a movimentação dos frequentadores do evento foi acompanhada por uma viatura da GCM (Guarda Civil Municipal).

HISTÓRICO
A ocupação é um protesto ao projeto da Prefeitura, que fala sobre a concessão do terreno (ocupado pela Fábrica de Sal) para a iniciativa privada pelo período de 99 anos. O intuito é a construção de um shopping center. No momento, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) do Estado, estuda possível tombamento histórico do prédio.

Após denúncia feita ao Ministério Público pelo vereador Renato Foresto (PT), a 1ª Vara Cível determinou que a construção não pode ser demolida. O texto não chegou a ser votado na Câmara dos Vereadores, o que poderá ser feito em regime de urgência em duas semanas.




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