Política Titulo Voltou ao ninho tucano
PSDB é alternativa de novo modelo à cidade

Ex-secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, o ex-vereador Paulinho Serra confirmou que oficializará filiação no PSDB amanhã para ser candidato a prefeito em 2016

Por Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/09/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC:


Ex-secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, o ex-vereador Paulinho Serra confirmou que oficializará filiação no PSDB amanhã para ser candidato a prefeito em 2016. Em entrevista exclusiva ao Diário, ele citou que o convite do governador tucano Geraldo Alckmin “pesou muito” em sua decisão de volta ao PSDB após três anos. Falou sobre sua saída do Paço, descartando incoerência pelo fato de ter apoiado o hoje prefeito Carlos Grana (PT). Apesar do desligamento do PSD, Paulinho garantiu que tem o compromisso do ministro das Cidades e presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, em manter a sigla na aliança. Revelou ainda convite para ocupar espaço no governo do Estado.
Confira entrevista, na integra, abaixo

Como se deu a decisão tomada sobre a saída do PSD e retorno ao PSDB para ser candidato à Prefeitura em 2016?
Primeiramente, a necessidade que verificamos de construção de projeto novo em Santo André. Isso foi motivo da nossa saída da secretaria (de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos). E o PSDB se apresentou como alternativa para materializar essa proposta, de apresentar modelo novo para a cidade. Fez parte disso toda a mobilização do partido, esforço na verdade em fazer gestos de reconhecer que, em 2012, houve equívoco (ao recuar em voo solo na ocasião). A oportunidade que temos hoje de apresentar novo modelo administrativo se tornou real, viável. Portanto, a decisão se dá ao identificar a somatória de dois fatores: de ter alternativa aliada à reorganização de projeto do PSDB na região. Não é só Santo André. De forma inédita tem consolidado candidaturas competitivas nas principais cidades, especialmente com as vindas do (José) Auricchio (Júnior, em São Caetano) e (Clóvis) Volpi (em Mauá). Não me lembro movimento nesta magnitude. Importante ressaltar o convite do governador (do Estado) Geraldo Alckmin (PSDB) para fazer parte desse equipe. Pesou muito na nossa definição. Decidimos oficialmente a partir de segunda-feira formalizar o retorno. Avaliamos que é o melhor caminho.

O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), disse que o sr. comunicou a ele sobre a migração para o tucanato. Por que resolveu fazer este aviso?
Por respeito. Trabalhei com o Grana dois anos e meio no governo. Acredito que na política tem de haver diferenças ideológicas, é bom para a democracia que essas diferenças aconteçam, no entanto, isso não pode ser confundido com falta de respeito, com ataque pessoal, baixarias. Infelizmente alguns ‘grupelhos’ políticos da cidade disseminam anti-isso, antiaquilo. Eu não sou desse time. Eu respeito o Grana, a pessoa dele, independentemente de ser do PT ou qualquer outra legenda. Acredito no respeito. Isso está em falta. Tem muito ódio no ar. Queremos formar projeto em cima de propostas, colocando Santo André novamente no cenário de protagonismo, o que se perdeu após a gestão Celso Daniel (morto em 2002). As fórmulas de gestão falharam.

O Grana também comentou sobre acordo para ficar quatro anos na administração...
Sobre essa questão de permanecer quatro anos é meio óbvio. Ninguém inicia trabalho em secretaria para não ficar, sair depois um período. Não se trata de ter acordo formal. Ao mesmo tempo que se a gente estivesse nas condições normais com relação tanto à gestão quanto ao clima político-partidário talvez a situação da cidade e do próprio governo seriam outros. Mas não é o que vemos. O contexto mudou, o cenário é diferente. Foi com muita humildade que aceitei o convite para ocupar a secretaria. Foi importante, nos deu experiência. Preparou melhor. Só que lá aprendemos o que fazer e o que não fazer. Algumas questões estratégicas, infelizmente, não funcionaram. O PT teve seus equívocos. Sempre falo do problema orçamentário. Prejudicou muito o trabalho. Soma essa questão com a questão política no País. Ninguém avaliava que iríamos chegar a situação de intolerância. Ficou completamente descaracterizada qualquer tipo de obrigação. Não considero quebra de acordo. Pelo contrário. É o caminho óbvio e natural. Não estamos na cidade e no âmbito federal em ambiente normal.

O sr. não tem receio que possa ser encarado como incoerência se filiar no PSDB após apoiar o Grana e fazer parte do governo?
Não. Pelo seguinte: quem me conhece sabe que eu não fiz aliança com o PT. Fizemos parte de grande coalizão para eleger alternativa a governo (Aidan Ravin, PSB, 2009-2012) que, à época, era muito mal avaliado. A alternativa que tinha era Carlos Grana. Não apoiei sozinho. Dentro desta coalizão tinham antipetistas históricos: Duílio Pisaneschi (sem partido), Raimundo Salles (PPS), entidades de classe, sindicatos patronais. O Grana teve o talento de unir a cidade em torno de alternativa a projeto que não conseguiu atingir expectativas. Houve coalizão, mas não foi aliança ideológico-partidária.

O que na sua avaliação diferencia politicamente a candidatura pelo PSDB?
Primeiramente, o aval do governador, sua representatividade no município, no Estado e no Brasil. Segundo, no PSDB conseguiremos ampliar as alianças, inclusive, com o próprio PSD. Não estamos abrindo mão do PSD. O PSDB nos possibilita ampliar num projeto alternativo. A liderança do Alckmin neste sentido nos ajuda muito a atrair forças progressivas da cidade a esse plano.

Recentemente, o sr. esteve com o ministro das Cidades e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para tratar da questão eleitoral. Está certo ter o PSD na coligação?
Temos o compromisso do Gilberto Kassab em manter o PSD na nossa aliança.

Há convite para integrar o governo do Estado nesse período até o limite do prazo eleitoral?
Existe. Na próxima semana, eu vou me reunir com o Edson Aparecido (chefe estadual da Casa Civil) e detalhar esse assunto. Tive trabalho na área de Mobilidade Urbana e o Estado tem conselhos e atividades nesse setor na região. Se essa atuação não for incompatível com a construção do projeto para Santo André será orgulho muito grande compor equipe do governador Alckmin. 




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