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CPI da Tecnisa cai no esquecimento após 4 meses

Instaurada pela oposição na Câmara, investigação não tem relatório final sobre suposta irregularidade em prédio no Piraporinha

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
24/08/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Instaurada em 17 de abril com discursos críticos da oposição, a CPI da Tecnisa – que investiga razões pelas quais a Prefeitura e a construtora ignoraram lei municipal ao não construírem rua de escoamento em empreendimento no bairro Piraporinha – segue sem relatório conclusivo e sequer é comentada pelos vereadores.

Reportagem do Diário, publicada em 9 de abril, revelou desrespeito à lei municipal por parte do governo do prefeito Lauro Michels (PV) e pela Tecnisa, que não construíram viário entre os corredores das avenidas Ulysses Guimarães e Fábio Eduardo Ramos Esquível para amenizar impacto imobiliário. A obra fazia parte do acordo de contrapartida assinado na gestão do prefeito Mário Reali (PT), em 2012.

O pedido de instalação de CPI foi amplamente explorado pela bancada oposicionista que, entre os argumentos, defendia transparência do andamento das obras.

Ao longo de quatro meses, a comissão, presidida pelo oposicionista Josa Queiroz (PT), colheu oitivas do secretário de Habitação do município, Eduardo Monteiro, Milton Nakamura, ex-titular de Habitação no governo Reali, além de técnicos e diretores da construtora. Integrantes do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), que revelaram ausência de documentos de liberação da obra, também foram ouvidos.

De acordo com Josa, não há morosidade nos trabalhos, garantindo que o relatório final, que está sob responsabilidade do líder do governo, Atevaldo Leitão (PSDB), deverá ser entregue nos próximos dias.

“Tenho a previsão que a conclusão será passada a nós na semana que vem (nesta semana). Não adianta ter pressa. São muitos detalhes, que merecem cuidados e análise profunda”, pontuou.

O petista ainda assegurou que, após a entrega do relatório, outro prazo deverá ser estendido somente para a concordância do teor. “O relator pode trazer um entendimento que não seja de consenso, o que pode provocar a elaboração de outro laudo. Isso é totalmente plausível e pode acontecer. Vamos aguardar para não nos precipitar”, acrescentou.

A CPI também é formada pelos vereadores Ricardo Yoshio (PRB), Márcio da Farmácia (PV) e Vaguinho do Conselho (PSB).

O caso em torno da obra gerou polêmica no município, além de proporcionar abertura de inquérito por parte do delegado supervisor do setor de investigações gerais da delegacia seccional, Murilo Fonseca Roque, que segue em investigação.

Em julho, o Diário esteve no canteiro e ouviu de funcionários que há projeto para abertura da via. Na ocasião, um trabalhador contou que um morro de aproximadamente dez metros de altura será destruído para atendimento da contrapartida.

De acordo com o secretário de Habitação, Eduardo Monteiro, a previsão da conclusão do projeto da rua ficou para dezembro. 




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