O dirigente iraniano encarregado da questão nuclear, Hasan Rohani, descartou também a possibilidade de a República islâmica suspender todas as suas atividades relacionadas com o enriquecimento de urânio sob a coerção da resolução adotada pela Aiea, a agência da ONU encarregada de velar pela não proliferação de armas nucleares.

"Deixaremos de aplicar o protocolo adicional se o caso for apresentado ao Conselho de Segurança da ONU. Esperamos dias difíceis", reconheceu o dirigente.

A Aiea, que há quase dois anos investiga se o programa nuclear iraniano é apenas civil, como afirmam as autoridades iranianas, aprovou no sábado em Viena um texto enérgico. Sem dar um ultimato explícito, como desejavam os Estados Unidos, esta resolução dá prazo ao Irã até a próxima sessão da Aiea, no dia 25 de novembro, para que já não existam dúvidas sobre suas atividades nucleares. O texto também exige que Teerã suspenda todas as suas atividades vinculadas com o enriquecimento de urânio.

O texto assinala as medidas que a Aiea poderá tomar se o Irã não der inteira satisfação. Entre elas, está a de apresentar a questão ao Conselho de Segurança, uma iniciativa solicitada pelos Estados Unidos.

"Nós estamos comprometidos com o Tratado de Não Proliferação (TNP), do qual o Irã é signatário, e continuaremos aplicando voluntariamente o protocolo adicional (a esse tratado) que submete as atividades nucleares a inspeções reforçadas e inopinadas da Aiea. Mas se decidirem nos levar ante o Conselho de Segurança, deixaremos de aplicar o protocolo adicional e se decidirem sanções econômicas, o Parlamento poderá pedir uma retirada do TNP (Tratato de Não-Proliferação Nuclear)", explicou Rohani.

Rohani advertiu ainda que "o Irã não aceitará nenhuma coação no que se refere à suspensão do enriquecimento de urânio. Se o fizer, será por meio de negociações e não de uma resolução".