"Nenhum time no Brasil ou na América Latina está tão preparado para ser campeão como o Corinthians”. A frase poderia soar como brincadeira se dita por qualquer torcedor fanático do time alvinegro, mas ganhou peso por ser a conclusão do gerente de futebol do próprio clube, Edu Gaspar.

Ex-jogador do Timão, campeão mundial em 2000 e com passagens por times como Arsenal (Inglaterra) e Valência (Espanha), o dirigente esteve na última semana em encontro com torcedores no restaurante Baby Beef, em Santo André, quando opinou sobre o momento que o clube está vivendo na atual temporada.

“Os números estão aí. O Corinthians tem futebol diferenciado. Temos tomado poucos gols. As distâncias entre as linhas do campo em que se posicionam os jogadores são muito compactas, parecidas com o sistema europeu. Poucos times no Brasil estão preparados como o nosso para ser campeão. Vou até mais longe. Na América do Sul, nem os clubes argentinos estão tão bem taticamente como nossa equipe. Isso é mérito de todos, principalmente do Tite, um técnico estudioso, competente e criterioso”, avaliou o dirigente, monosprezando o incrível desempenho do Boca Juniors, que venceu com facilidade os seis jogos que fez na Libertadores.

Apesar da satisfação com os números e o bom desempenho do Corinthians na atual temporada, Edu chama a atenção para aspecto em que o time ainda comete deslizes: a saída de bola. “Queremos melhorar nesse aspecto. Diagnosticamos esse problema e estamos buscando alternativas, sair pelas laterais, pelos zagueiros, com o (volante) Ralf para trás, vendo a qualidade técnica de cada jogador. O Tite dá essa abertura para diálogo sobre como melhorar a equipe. Somos pessoas que vivem o futebol. E todos no clube estão bem alinhados para que o Corinthians possa crescer cada vez mais”, projetou.

Edu apareceu para o futebol em 1998, quando teve sua primeira chance no time profissional do Corinthians no Campeonato Brasileiro daquele ano. Mas foi na temporada seguinte que o jogador conseguiu se firmar na equipe. Em janeiro de 1999, ganhou a Copa São Paulo de Futebol Júnior, inclusive marcando gol na decisão diante do Vasco. Depois, se tornou titular da equipe, conquistando o Brasileiro do mesmo ano e o Mundial de Clubes de 2000, novamente contra o clube carioca.

Junto com ele, subiram para o time profissional os laterais Índio e Kléber, o zagueiro Anderson e os atacantes Fernando Baiano, Gil e Ewerthon, entre outros, equipe que até hoje é lembrada pelo atual dirigente.

“Aquela safra era muito boa. Tínhamos time forte, difícil de ser batido. Hoje em dia é complicado tirar de uma geração muitos atletas como aconteceu daquela vez. Foi uma coisa de momento”, relembrou.

NA REGIÃO

O ex-jogador se recorda com carinho de partida disputada no Grande ABC. Na Copa São Paulo de 1999, o Timãozinho encarou o Santo André no Bruno Daniel pela fase de grupos do torneio. E o Alvinegro venceu o duelo por 3 a 1.

“Foi um jogo bonito, bastante disputado. Fizemos 1 a 0 e o Santo André, que tinha uma boa equipe, empatou. Depois, marquei bonito gol de falta, no ângulo, que lembro até hoje”, recordou o ex-volante.