A transferência da Emeja (Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos) Clarice Lispector, na Vila Magini, em Mauá, para o prédio da secretária de Educação, na Vila Bocaina, gerou discórdia ontem entre Prefeitura e o Sindicato dos Servidores Públicos.

Enquanto a entidade argumenta que a mudança foi realizada às pressas, ainda com os funcionários dentro, só para desocupar o prédio mais rapidamente, a administração defende que a ação foi organizada e não causou prejuízos.

O prédio onde funcionava a escola, na Rua Washington Luis, será adaptado para a criação de uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento).

Desde quinta-feira, segundo a diretora Leonor Moreira, a escola está sendo desocupada e os materiais levados para a nova sede.

Ontem de manhã, para completar a desmonte da unidade, funcionários da SSU (Secretaria de Serviços Urbanos) foram até o prédio com caminhões para transportar a mudança.

A partir daí começaram os problemas. "Os serviços de água e luz foram cortados com funcionários ainda no prédio", afirmou o diretor social do sindicato Benedito de Fátima Aparecido dos Santos.

Ainda segundo os representantes da entidade, portas e janelas das salas de aula foram arrancadas bruscamente, quebrando vidros e danificando parte do material didático de apoio aos alunos.

"Uma mudança precisa ser feita com o prédio desocupado e com o cuidado para não estragar nada. Do jeito que foi feito, mais pareceu vandalismo", reclamou o diretor de saúde do trabalho do sindicato Lourival Neri de Pontes.

Diretora da escola, Leonor Moreira admitiu problemas de quebra das janelas com a retirada das grades, mas garantiu que não houve exagero e que pediu aos funcionários da SSU que aguardassem a saída dos funcionários.

Segundo Leonor, mais de 100 pessoas trabalham na escola, que atende 1.100 alunos nos ensinos Fundamental e Médio.

As novas salas já estão sendo montadas no prédio da Secretaria de Educação, na Rua Almirante Barroso, onde funcionou a escola Humberto de Campos.

DANÇA DAS CADEIRAS
A Prefeitura de Mauá esta promovendo uma verdadeira dança das cadeiras com os endereços de equipamentos públicos.

Na Vila Magini, o prédio que era da escola Clarice Lispector será destruído para que se erga no espaço uma unidade de saúde.

Para o prédio em que funcionavam as secretarias de Educação e também de Cultura, as salas da Clarice Lispector estão sendo transferidas.

Fora do prédio que dividia com a Pasta, a Secretaria de Cultura foi removida para edifício comercial no Centro.

Por fim, a Secretaria de Educação ainda deverá permanecer pelos próximos dias no prédio da Vila Bocaina, até ser transferida para o Centro de Formação de Professores, deixando o imóvel livre para a escola Clarice Lispector.