As adolescentes que se prostituíam no entorno do Terminal Ferrazópolis, em São Bernardo, deixaram as ruas. Desde o último domingo, quando o Diário denunciou o esquema, elas não são vistas nas ruas Marechal Deodoro, João Basso, Caetano Zanella e Zelinda Zanella.
Na noite de quarta-feira, a reportagem esteve no bairro e encontrou prostituição, mas de mulheres e travestis. Durante os 30 minutos em que a reportagem circulou pelo quadrilátero, não foram vistos policiais ou funcionários da Fundação Criança, que tem convênio com a Prefeitura para fazer o acompanhamento das adolescentes em situação de exploração sexual.
Segundo o município, uma nova blitz está agendada para o local. A data é mantida sob sigilo, mas a operação deve seguir os mesmos moldes da realizada na noite da última sexta-feira, quando foi retomada a força-tarefa para desmantelar o esquema de prostituição de jovens.
Na ação, 12 estabelecimentos foram fechados e quatro barracas que vendiam bebidas a menores foram apreendidas. Setenta e oito pessoas foram revistadas e uma adolescente foi detida por porte de drogas.
Desde a blitz, a Fundação Criança não conseguiu identificar nenhuma adolescente em situação de exploração sexual nas ruas do Ferrazópolis. Atualmente, apenas duas garotas, ambas de 17 anos, são acompanhadas por profissionais da entidade. O trabalho com elas é anterior à publicação da reportagem do Diário.
O esquema de prostituição juvenil no Ferrazópolis teve início em 2005 e foi denunciado pelo jornal naquele ano. Após as reportagens, houve uma série de operações da polícia em parceria com a Prefeitura. Quando o trabalho foi interrompido, as adolescentes voltaram às ruas. O preço dos programas variava entre R$ 20 e R$ 30.
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