Economia Titulo Megaferiadão
Vendas caem até
50% no comércio

Comemorações da Proclamação da República e Dia da
Consciência Negra prejudicam economia do Grande ABC

Pedro Souza
Soraia Abreu Pedrozo
16/11/2012 | 07:28
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Recuo nas vendas é certo em feriados. Mas a emenda de ontem, Proclamação da República, somada à de terça-feira, Dia da Consciência Negra, vai derrubar as vendas em até 50%, estima o comércio da região.

A situação é mais drástica do que em outros feriados que caem de terça-feira ou quinta-feira. Segundo o presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial de Diadema), Gildo Freire, essas datas geram aos comerciantes, na média, 25% de diminuição nas vendas.

Na avaliação do empresariado, mudar o feriado da Consciência Negra para o terceiro domingo de novembro ajudaria o comércio, já que a data é muito próxima ao dia 15. "O prefeito daqui foi sensível e antecipou a comemoração do feriado para sexta-feira", disse o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, referindo-se ao fato de São Bernardo ter sido o único município da região a alterar a data.

"O fato de este ser o último feriado do ano contribui ainda mais para que as vendas reduzam pela metade, já que muita gente aproveitou para viajar", avaliou Freire.

Presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Robles Dotto lembrou que o reflexo não ocorre apenas no comércio. "Tem aquelas indústrias que deixaram de vender, há um ou dois meses, para os comerciantes que já previam redução de vendas nesses feriados", pontuou.

Desta maneira, a economia em geral do Grande ABC acaba afetada pela freada nas vendas. "Se as pessoas viajam, elas deixam de comprar uma camiseta na região. Deixam de gastar em restaurantes do Grande ABC e comem em outro da praia", exemplificou Dotto.

 

Moura, da Acisbec, destacou ainda que os feriados ganham efeito mais negativo quando as atividades na Capital param. "A Bolsa de Valores fecha, algumas empresas emendam, e São Paulo parada prejudica a economia do País inteiro."

Nas áreas centrais dos municípios da região a movimentação de consumidores ontem foi fraca. A gerente da Padrão Perfumaria, em Mauá, Silvia Regina Bonate, contou que suas vendas foram 50% inferiores a um dia normal. "E um feriado, normalmente, gera 30% a menos", disse.

A gerente da loja de roupas infantis de São Caetano Pimpolho, Sandra Vasconcelos, calculou que 30 clientes entraram na loja, ontem, e compraram. "Não foram grandes compras. Mas em um sábado, por exemplo, a média é de 300 para mais."

EXPECTATIVA - Dotto, da Acisa, opinou que a situação poderia ser pior. Ele disse que algumas escolas de Santo André, por exemplo, terão aulas e provas na segunda, o que deve segurar os pais na região. "E temos visto nas notícias que o fluxo nas estradas está baixo, sinal de que os consumidores estão por aqui."

Freire, da ACE, lembrou que é necessário considerar que não só as famílias da região viajam, mas de outras cidades que vêm para cá.

O gerente da Lojas Paulistanas, em Mauá, Flávio Souza Santos, concorda que os dias do megaferiadão serão comuns. "Hoje (ontem) tivemos movimento. Ruim seria se não tivesse entrado gente na loja. E acredito que até segunda as vendas ocorrerão como de costume."

 

 




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