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Após assinar CPI dos Uniformes, Índio é considerado oposição no Paço

Em atos públicos, integrantes da administração dizem que gestão possui só 19 vereadores fiéis

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
21/04/2014 | 06:25
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O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), já trata o vereador José Alves da Silva, o Índio (PR), como oposicionista. Em atividades públicas, o chefe do Executivo, vereadores da base e secretários afirmam que a administração petista conta com 19 parlamentares de sustentação, já descontando a presença do republicano.

A mudança de postura ocorreu depois que Índio assinou o requerimento da CPI dos Uniformes, pedido feito pela oposição para investigar denúncias de superfaturamento e conluio em licitação para aquisição de vestimentas à rede municipal. Índio até agora foi o único que se diz governista a aderir ao movimento.

Na semana passada, durante inauguração de praça no bairro Nova Petrópolis, coube ao vereador José Cloves (PT), ex-secretário de Serviços Urbanos, externar o posicionamento do Paço com relação ao antigo aliado. “Hoje a Câmara tem 19 vereadores fiéis ao governo”, discursou Cloves, ao lembrar projetos do Executivo aprovados no Legislativo.

Há duas semanas, Índio foi expulso de reunião da bancada governista com o secretário de Governo, José Albino (PT). À ocasião, o republicano evitou polemizar, dizendo que entendia o posicionamento do Executivo. Mas reforçou críticas à administração, classificando-a como “a desejar”. “Não é nada contra o prefeito.”

Apesar de a Prefeitura considerá-lo oposição, Índio continua se colocando como vereador de sustentação. “Projetos bons do governo eu vou votar”, costuma dizer quando questionado sobre o assunto. Até agora, nenhum de pessoas indicadas por ele para trabalharem no Paço foram exoneradas - sinal claro de retaliação do Executivo.

O requerimento para incluir a CPI dos Uniformes na pauta de votações da Câmara conta com oito assinaturas. Além de Índio, Osvaldo Camargo (PPS), Julinho Fuzari (PPS), Manuel Martins (PPS), Estevão Camolesi (PPS), Marcelo Lima (PPS), Pery Cartola (Solidariedade) e Juarez Tudo Azul (PSDB) aderiram ao movimento. Dos oposicionistas, apenas Hiroyuki Minami (PSDB) não rubricou o documento, alegando que a apuração sugerida é ampla demais.

Para ser conduzido à ordem do dia, o requerimento necessita de dez assinaturas. Depois disso, terá de ser aprovado pela maioria da Casa, ou seja, 15 votos.
 




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