Política Titulo São Bernardo
Secretária deve ir à Câmara explicar fraude

Parte da bancada de situação pede que Cleuza
esclareça investigação dos uniformes no MP

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
02/04/2014 | 06:10
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André Henriques/DGABC


A secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho (PT), não conseguiu convencer toda base a favor do governo Luiz Marinho (PT) na Câmara e deve ser convocada por parlamentares descontentes a prestar esclarecimentos sobre licitações investigadas pelo Ministério Público, com suspeita de superfaturamento e formação de cartel – há indícios de envolvimento de servidores públicos.

Há no bloco situacionista na Casa clima de insatisfação com a postura da administração com relação às denúncias de irregularidades nos processo de compra de uniformes, mochilas, tênis e material escolar. Aos vereadores numa reunião a portas fechadas na sexta-feira, Cleuza minimizou as informações de fraudes nos certames. A apuração é conduzida pelo Gaeco ABC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Segundo vereadores governistas, até mesmo alguns parlamentares do PT não se convenceram sobre explicações de Cleuza na semana passada. Ao lado de sua equipe técnica, a secretária de Educação levou amostras dos produtos licitados e garantiu que a Prefeitura comprou materiais de qualidade e com a maior economia possível, a despeito de, em pesquisas de preços no varejo, haver variação de até 411% de itens adquiridos.

Confrontada algumas vezes durante a reunião, ela afirmou ser especialista na área, teria desdenhado de críticas e declarado não enxergar irregularidades, contaram alguns presentes ao encontro.

Na sessão de hoje, esse grupo de parlamentares descontentes – que conta com dez representantes – vai se reunir para emplacar a convocação de Cleuza à Câmara para realização de plenária pública sobre a investigação do Gaeco sobre fraudes às licitações da Pasta de Educação. A intenção é levar a secretária ao Legislativo na próxima semana.

Além dos problemas apontados pelo Ministério Público nas licitações na Pasta, o bloco de parlamentares quer saber sobre o trabalho de Sérgio Moreira, braço-direito de Cleuza e responsável pela condução do pregão para compra de uniformes, tênis e mochilas em 2009.

Advogado de formação e sem conhecimento técnico na área têxtil, Moreira foi designado a avaliar as amostras das concorrentes naquele edital, sendo essa função primordial para classificação das empresas interessadas em prestar o serviço. Para o Gaeco, houve inversão do processo licitatório, colocando um critério subjetivo como análise prioritária do certame. Após investigação do MP, Sérgio Moreira foi transferido da Pasta de Educação para o setor de compras de Saúde da FUABC (Fundação do ABC).

Cleuza esteve na Câmara em março de 2013, numa sessão que ficou marcada pelo tumulto e manifestações pedindo a saída dela do governo municipal. À época, ela reconheceu que atas de registro de preços de São Bernardo foram utilizadas num esquema fraudulento em Londrina, no Paraná, pelos mesmos empresários que venceram os editais da administração Luiz Marinho em 2009 e 2014.
 




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