Policiais civis do 6º DP (Baeta Neves) de São Bernardo prenderam na tarde de ontem um homem acusado de fabricar e vender atestados médicos falsos. Em sua casa, no bairro Areião, além do equipamento necessário para a emissão dos papéis, foram encontrados cartões de crédito e talões de cheque roubados, munição de uso exclusivo da polícia, ferramentas para abertura de fechaduras e até crachás e uniformes de funcionários da SBCTrans falsificados.

Os policiais receberam duas denúncias anônimas apontando a casa de Carlos Silvano de Farias Silva, 36 anos, como local de venda de atestados. Na tarde de ontem, investigadores se passaram por compradores e efetuaram a prisão em flagrante por estelionato após Silva tentar vender os documentos.

Em seu depoimento na delegacia, Silva explicou que teve a ideia de vender atestados após passar por atendimento médico na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Silvina. Aproveitando-se de uma receita médica que lhe foi concedida, foi a uma papelaria e falsificou o carimbo tanto da unidade quanto do profissional. Para completar o seu estoque de talões, confessou que furtava durante falsas consultas nos pronto atendimentos, de onde chegava a levar até três blocos por vez.

A polícia investiga agora quem são os compradores. Segundo relatou, seus clientes eram fiéis e adquiriam o documento regularmente. Os atestados falsos eram vendidos a preço de até R$ 50 cada um. E podiam conceder vários dias de afastamento aos interessados.

A surpresa maior dos investigadores, no entanto, ocorreu na revista do restante da casa. Com passagem anterior pela polícia por tentativa de homicídio em São Bernardo, Silva mantinha escondida munição para pistola de calibre ponto 40, de uso exclusivo das forças policiais. Além disso, armazenava cartões de crédito e talões de cheques roubados.

Há suspeita de que ele integre quadrilha especializada em roubos, já que também guardava uma touca ninja e diversos rádios comunicadores, além de ferramentas usadas para abertura de fechaduras de portas. No interrogatório, Silva, que não tem profissão formal, não concedeu mais informações sobre os uniformes e crachás falsificados da SBCTrans que mantinha escondidos dentro de  armário. Detido, ele foi encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória) do município, onde permanecerá preso.