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Celular salva casal perdido na serra
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
04/11/2004 | 09:33
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Depois de mais de 24 horas perdidos em uma trilha na Serra do Mar, em Paranapiacaba, em Santo André, os jovens Alexandre Veiga Passos, 21 anos, e Noemi Juliana Silva Santos, 16, foram resgatados por volta das 13h desta quarta por equipe do Corpo de Bombeiros. A operação para encontrar e retirar da mata o casal do Butantã, zona Oeste de São Paulo, durou cerca de seis horas. Foram mobilizados 20 homens do COE (Comandos e Operações Especiais) da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Os dois perceberam que estavam perdidos e ligaram do celular do rapaz para o Corpo de Bombeiros. Mas apesar de estarem perdidos desde a hora do almoço, eles só conseguiram pedir socorro no fim da tarde, por volta das 18h. Já era tarde demais, estava escuro e os bombeiros disseram que só seria possível iniciar o resgate no dia seguinte.

O resultado do passeio no feriado de Finados foram picadas de insetos e muito cansaço. A madrugada estava gelada e os dois economizavam para não acabar os três pacotes de bolacha que comiam à seco, sem uma gota de água. Após o resgate na trilha do Vale do Rio Mogi, popularmente conhecida como trilha das Torres, o casal foi levado para o pronto-socorro do Hospital São Lucas, em Ribeirão Pires. Noemi, que virou o pé durante a caminhada, teve uma luxação no tornozelo direito. Os jovens foram liberados às 14h30.

Alexandre, que é escriturário, disse que conhecia a trilha e a estava percorrendo pela terceira vez. "Assim que chegamos, às 10h, começamos a descer a trilha para chegar na cachoeira. O problema é que por volta das 12h baixou uma serração que não dava para enxergar mais nada. Ali acabamos nos perdendo", contou o jovem. Para piorar a situação, Noemi torceu o pé. "A região ficou bastante dolorida e eu mal conseguia caminhar", disse a garota.

Mesmo assim, tinham esperança de encontrar o caminho de volta. "Por volta das 18h, consegui ligar para o Corpo de Bombeiros. Eles informaram que com o nevoeiro e a chegada da noite não dava para fazer nada naquele momento. Encontramos um abrigo e dormimos", afirmou Alexandre. Logo pela manhã, às 6h30, eles ligaram para o COE e explicaram onde estavam. "Orientamos para que não saíssem do lugar, além de desligarem o celular para poupar a bateria. A recomendação era para ligar só nas horas cheias", disse o cabo Idalício Freitas da Silva, 35 anos, há 14 como militar na corporação.

A família do escriturário acompanhou toda a ação dos homens da Polícia Militar. "Nem clareou o dia, eu já estava aqui", disse o pai de Alexandre, o contador Wilson Passos Filho, 50 anos. Ele disse ter ficado sem notícias do filho desde a tarde de terça até a madrugada desta quarta. "Incrível. Eles (o casal) tomaram quatro conduções entre ônibus, metrô e trem, em um trajeto de duas horas, para virem se perder justo em Paranapiacaba."




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