O COI (Comitê Olímpico Internacional) solicitou neste sábado à China explicações sobre as aparentes restrições a manifestações no país, apesar do compromisso assumido pelo governo de deixar que as pessoas protestassem livremente em três áreas de Pequim durante os Jogos.

"Até esta data, o que foi anunciado publicamente não se transformou em realidade", e uma série de perguntas permanece sem respostas", disse Giselle Davies, porta-voz do COI.

"O COI tem especial interesse de que estas perguntas sejam respondidas pelas autoridades pertinentes", acrescentou.

A China, que normalmente proíbe e reprime manifestações de qualquer tipo, anunciou no mês passado que três áreas de protesto seriam estabelecidas em Pequim, nas quais as pessoas poderiam se manifestar livremente durante as Olimpíadas, desde que tivessem as autorizações necessárias.

No entanto, desde o início dos Jogos de Pequim, no dia 8 de agosto, as três áreas de protesto têm permanecido vazias ou quase vazias, e alguns cidadãos chineses que tentaram se manifestar foram detidos.

Davies reconheceu que muitas pessoas usam os Jogos Olímpicos como plataforma para promover suas causas. "Isso é um fato", admitiu.

No passado, outras cidades escolhidas para sediar os Jogos também estabeleceram locais determinados para que protestos pudessem ser realizados sem causar transtornos à organização do evento, e o COI estava muito satisfeito com a promessa chinesa de fazer o mesmo.

As autoridades chinesas, no entanto, têm se negado até agora a revelar quantas pessoas solicitaram permissões para protestar nas áreas de manifestação, e quantas foram de fato autorizadas.