"Nós observamos no cotidiano que o álcool age de maneira destrutiva no relacionamento familiar. Quanto mais o marido bebe, mais aumenta a probabilidade de agredir a mulher. É um fato que não podemos desconsiderar. A lei seca interferiu muito no comportamento da população. Estudos internacionais já demostram há muito tempo a relação entre álcool e violência", afirmou Maria Angélica.
Para a delegada, a queda do número de agressões não foi reflexo da neglicência das mulheres em não prestar queixa. "Acho que não procede, pois há uma tendência mundial de mais mulheres procurarem ajuda e registrarem a ocorrência de agressão. Hoje em dia, existem diversos programas elaborados pelo governo (estadual e municipais) que estimulam as vítimas de agressão a fazer a denúncia", ressaltou a delegada.
De acordo com Maria Angélica, a violência doméstica é resultado de uma série de desvantagens culturais que as mulheres sofrem há décadas e que contribuem para o agravamento de problemas familiares.
"A mulher, geralmente, sempre leva desvantagem em tudo. No trabalho, encontra mais dificuldades para conseguir emprego do que o homem. Quando consegue, recebe um salário menor. Também tem de arcar com o serviço doméstico. Muitas vezes, quando chega do trabalho, leva uma bronca do marido por qualquer descuido."
Planos - Maria Angélica disse que pretende consultar segmentos sociais e políticos da cidade para implementar novas medidas que ajudem a melhorar a situação das mulheres.
Uma das idéias em formação é a contratação de estagiários, que estejam no último ano dos cursos de Psicologia e Direito, entre outros cursos, para que possam oferecer orientação às mulheres.
"Como compensação a esses estagiários, eles poderiam ser beneficiados com concessão de títulos quando fizerem concursos públicos. Seria um incentivo interessante aos estudantes, além de ser de uma iniciativa de baixo custo", disse a delegada. Ela afirmou que vai entrar em contatdo com lideranças comunitárias, sociais e políticas de Diadema para debater o assunto. "Espero que gostem da minha sugestão ou, pelo menos, que procurem melhorá-la", argumenta Mária Angélica.
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