Política Titulo Benefício para alguns
Fran Silva protocola pedido de extinção da verba de representação na Câmara de São Bernardo

Primeiro secretário da mesa questiona moralidade do bônus durante pandemia

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
16/02/2021 | 04:35
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André Henriques/DGABC


Primeiro secretário da mesa diretora da Câmara de São Bernardo, Fran Silva (PSD) protocolou pedido para cortar a verba de representação, bônus de 50% dos vencimentos aplicado a funcionários que servem à presidência da casa.

Conforme o vereador, uma das intenções da ação é trazer “moralidade” à Câmara, uma vez que o presidente do Legislativo, Estevão Camolesi (PSDB), tem feito atos em busca de redução das despesas do Parlamento.

“Protocolei o documento mais pela questão de moralidade. Estamos em meio a uma crise que junta pandemia do novo coronavírus e a questão econômica. E temos que equacionar toda esta questão. No documento, peço ao presidente da Câmara que realize estudo sobre a verba de representação e se há condições de manter esse benefício”, declarou Fran. “Quero deixar claro que não critico a questão técnica do benefício, mas a moralidade de sua aplicação neste momento de pandemia de Covid-19.”

O Diário mostrou que, a despeito de executar corte de gastos, Camolesi mantém benefícios salariais a servidores que trabalham diretamente para a mesa. Há, além de verba de representação, funções gratificadas e jetons por participação em comissões. Em janeiro, cerca de R$ 75 mil foram empenhados para quitação desses bônus – a verba de representação é aplicada para apenas 12 funcionários da casa. A manutenção desses penduricalhos provocou um feito inconstitucional: a procuradora Suely Duarte de Matos ganha R$ 36.212,28, quantia maior que a recebida pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), cuja remuneração (R$ 30.625,77) teria de ser teto do funcionalismo municipal.

Fran Silva entende que, se Camolesi adotou política de cortar gastos na Câmara, que essa economia seja repassada também a outros setores da casa e não somente aos contratos mantidos pelo Legislativo com empresas que terceirizam os serviços. “Se vai mandar embora trabalhador que ganha R$ 1.500 por mês, tem que rever o salário de quem ganha mais de R$ 36 mil por mês também”, declarou o vereador, em alusão à extinção do contrato com a empresa NR Serviços, que realizava a vigilância no prédio do Legislativo.

Camolesi avisou que encerrará o contrato com a NR Serviços, conhecida como Nobre, e utilizará homens da GCM (Guarda Civil Municipal) para realizar serviço de vigilância da Câmara. Ao ano, o contrato da NR Serviços envolve R$ 4,5 milhões do orçamento do Legislativo. Caso o convênio seja encerrado, 82 profissionais poderão ficar sem emprego. A ação rendeu manifestação por parte da classe de vigilantes em frente ao prédio do Legislativo na semana passada.

Procurado, Camolesi não respondeu aos questionamentos do Diário.  




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