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Em busca do topo da América

Palmeiras e Santos decidem título da Libertadores em final única no icônico Estádio do Maracanã

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
30/01/2021 | 00:01
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Divulgação


Palmeiras ou Santos. Um deles passará a noite sorrindo e o outro, lamentando. Isso porque hoje, a partir das 17h, os rivais paulistas medem forças pela final da Copa Libertadores, em jogo único a ser disputado no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. E o vencedor, além do troféu e da premiação de R$ 81,6 milhões, será representante da América do Sul no Mundial de Clubes, no Catar, semana que vem.

De um lado o Verdão, dono da melhor campanha, que perdeu apenas um jogo até aqui, para o River Plate, na segunda semifinal, e busca seu segundo título (o primeiro foi em 1999). Do outro o Santos, que foi ganhando força no decorrer da competição, desbancou o Boca Juniors na fase anterior e chega na tentativa de ser o primeiro tetracampeão brasileiro do torneio (levantou a taça em 1962, 1963 e 2011).

Será a terceira final entre os times em curto espaço de tempo. Em 2015, disputaram os títulos do Paulistão e da Copa do Brasil, com um troféu para cada lado – para Santos e Palmeiras, respectivamente. Nos anos seguintes, palmeirenses e santistas se reencontraram nas semifinais do Estadual em 2016 e 2018, e cada uma teve uma das equipes classificada.

A decisão colocará frente a frente elencos que contam com diversos atletas experientes – sobretudo o Palmeiras –, mas que apostam na força da juventude vinda da base. Mais do que isso, opõe técnicos que caíram nas graças da torcida por seus comportamentos e formas de trabalhar. O português Abel Ferreira, do Verdão, busca o primeiro título da carreira. Já Cuca, do Santos, foi até campeão da Libertadores à frente do Atlético-MG (2013).

“Não vou me preparar de forma diferente do que tenho preparado. Vou seguir os mesmos rituais e acreditar naqueles que tenho que acreditar, que são os jogadores”, destacou Abel Ferreira. “Dentro de todos os problemas que tivemos, e não foram poucos, até financeiros (atrasos salariais), mas ficamos alheios. Tivemos paciência e confiança nas pessoas sem nunca reclamar de nada”, disse Cuca.

Os capitães Gustavo Gómez e Alisson fizeram questão de exaltar o momento. “Quando cheguei no Palmeiras, meu sonho era esse (ganhar a Libertadores)”, afirmou o palmeirense. “Somos privilegiados. Vale a pena acreditar em um sonho, por mais difícil que ele seja”, admitiu o santista.

Silvia e Nickollas estarão presentes

Os mauaenses Silvia e Nickollas Grecco foram convidados pelo Palmeiras para assistirem à final de hoje no Maracanã. O clube recebeu cota de 150 ingressos, reservou metade a familiares e o restante distribuiu a convidados e sócios-torcedores.

Eleita a torcedora do ano de 2019 no Fifa The Best, Silvia, que narra os jogos do Verdão para Nickollas, que é deficiente visual e tem grau de autismo, falou sobre essa oportunidade. “Fico imaginando narrar este jogo para o Nickollas, o primeiro ‘mais importante’ que vou narrar para ele. Libertadores é diferente. Estou muito feliz, emocionada, ansiosa, mal conseguindo dormir”, disse ela. “Ficamos muito honrados, felizes com este convite. Nickollas está ansioso, emocionado, fica falando toda hora sobre o jogo e exaltando como se fosse ser uma goleada por 5 a 0. Eu digo ‘calma, filho, 2 a 1, 2 a 0 está de muito bom tamanho’. Seja qual for o resultado o importante é ganhar e trazer este título tão sonhado.”

Fábio Novi fala sobre preocupações

Médico do Santos desde 2019, o andreense Fábio Novi estará no Maracanã com atenções divididas entre a saúde dos jogadores do Peixe e a possibilidade de o clube conquistar a América pela quarta vez. “A prioridade é a questão médica, mas coração completamente ansioso para essa partida”, admitiu ele.

Participar de momento como este é “especial”, segundo o doutor, ainda mais tendo de lidar com o novo coronavírus, que impôs série de adaptações. “É muito especial poder fazer parte da estrutura de um esporte de alto rendimento, em situação muito relevante, que é poder fazer esporte de alto rendimento em meio à pandemia, dando respaldo e garantia para que atletas possam exercer seus trabalhos”, destacou Fábio Novi, que ganhou ainda mais notoriedade e reconhecimento quando o técnico Cuca o elogiou por ter “salvo sua vida” ao acompanhar de perto o treinador quando foi diagnosticado com Covid-19.

Peixe tem cinco jogadores mais o técnico Cuca ligados à região

O Grande ABC estará representado dentro de campo na final entre Palmeiras e Santos. Do lado verde, não há jogadores ou técnico com alguma ligação com as sete cidades, mas, no Santos, são seis casos de algum vínculo com a região.<EM>

O goleiro John, por exemplo, é nascido em Diadema. Já o zagueiro Luan Peres tem origem em São Caetano. O lateral-esquerdo Pará, por sua vez, iniciou a carreira profissional no Santo André. O meia Jobson também defendeu o Ramalhão, mas estará fora de combate após romper o ligamento do joelho direito na semana passada. E o atacante Taílson foi descoberto em uma unidade da escolinha de futebol Meninos da Vila de Santo André, cidade onde sua família mora até hoje.

Por fim, o técnico Cuca teve breve passagem pelo São Caetano, em 2005, sendo um dos responsáveis por salvar o time do rebaixamento na Série A do Brasileiro.




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