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O que significa o Dia da Consciência Negra?

Data faz referência a Zumbi dos Palmeiras, figura história brasileira e ressalta conscientização da luta de toda uma comunidade

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
22/11/2020 | 10:05
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Pixabay / banco de imagens


O Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, serve como homenagem à memória de Zumbi (1655-1695), líder de um quilombo (lugar para onde os escravos fugiam e podiam viver livres) na região de Palmares, área onde, atualmente, fica o Estado de Alagoas. O personagem histórico foi morto em 20 de novembro de 1695 pelas forças coloniais portuguesas. A data foi instituída oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, e tem por objetivo trazer à tona reflexão sobre raça, preconceito e reforçar a luta pelos direitos dos negros.

A escravidão no Brasil correu oficialmente até 1888. Durante esse período, vieram para o País cerca de 4 milhões de negros de diferentes pontos da África que acabaram sendo escravizados. Eles eram vendidos como produtos em grandes mercados e avaliados por suas condições físicas, sendo separados de suas famílias. A maioria dessas pessoas foi comprada para trabalhar nas lavouras ou como empregados domésticos. Quem desobedecia as ordens dos ‘donos’ era castigado ou morto. No século 19, a industrialização na Europa começou a mudar os costumes do continente. A Inglaterra passou a ser contra a escravidão por acreditar que o preço dos escravos estava muito caro. A ideia de abolição chegou ao Brasil e, em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que dava fim à escravidão no País.

É importante conscientizar a sociedade dos grandes entraves que ainda se fazem presentes no cotidiano da comunidade negra, como alcançar a igualdade racial, uma vez que é o segmento populacional mais atingido pela violência policial e pelas desigualdades sociais e econômicas. Além disso, as lutas da população giram em torno das discussões e reforço do reconhecimento do racismo como crime, da dívida histórica dos mais de 300 anos de escravidão e da equiparação de oportunidades e inclusão social. A chegada do Dia da Consciência Negra acaba por ressaltar essas ideias na data e ao longo do mês de novembro, com elas não devendo ser esquecidas depois deste momento.

Apesar dos avanços por meio do Estatuto da Igualdade Racial (de 20 de julho de 2010) e da Lei de Cotas do Governo Federal (de 29 de agosto de 2012), que ampliaram o acesso democrático dos negros de baixa renda e vindos de escolas públicas ao ensino universitário e superior, há muitas lutas que ainda não foram ganhas. Também por essa razão, é preciso debater o assunto nas escolas e em casa, a fim de propagar a história e cultura afro-brasileira e africana, assim como aprender sobre a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. Dialogar sobre a conceituação da raça, preconceito e desigualdade é um papel de toda a sociedade. 

Consultoria de Andreia Miguel Pinto, assistente social e coordenadora do Grupo de Trabalho da Igualdade Racial do Consórcio Intermunicipal do ABC e presidente do Conselho da Comunidade Negra de São Caetano. 




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