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Ganho com tarifas bancária sobe 94,4%
06/08/2008 | 07:02
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Estudo do Banco Central revela que a receita obtida com as tarifas bancárias quase dobrou em sete anos. Segundo o Relatório de Economia Bancária de Crédito de 2007, os brasileiros pagaram pouco mais de R$ 28 bilhões em tarifas bancárias em dezembro do ano passado. Descontada a inflação, o valor é 94,4% maior que o registrado em 2000. O levantamento diz ainda que a concentração das contas correntes no sistema financeiro cresceu na última década e se aproxima de patamar considerado "alto".

O levantamento mostra que o crescimento da receita obtida com as tarifas aconteceu em ritmo maior que a expansão do número de clientes. No período de sete anos observado na pesquisa, a quantidade de contas no sistema bancário cresceu 76,2%, menos que os 94,4% de alta da receita. Esse desempenho, porém, foi menor que a expansão do crédito, que somou 121,8%.

Essa evolução fez com que as tarifas ficassem cada vez mais importantes para os bancos. Em dezembro de 2000, o valor obtido com a prestação de serviços correspondia a 10,9% de toda a receita dos 50 maiores conglomerdos financeiros.

No ano passado, essa participação subiu para 14,5%. No mesmo período, caiu o peso do ganho com títulos e valores mobiliários - as chamadas operações de tesouraria. Em 2000, essas transações respondiam por 28,4% dos recursos que entravam no caixa dos bancos. Sete anos depois, a participação caiu mais de 6 pontos, para 21,8%.

CONCENTRAÇÃO - O mesmo trecho do relatório, que é assinado por Tony Takeda e Victorio Chu, do Departamento de Estudos e Pesquisas do BC, diz que a concentração do sistema bancário cresceu na última década. Os pesquisadores avaliaram vários critérios e diagnosticaram que a pior situação é das contas correntes, que estão em patamar de concentração próximo do considerado "elevado".

No documento, os pesquisadores admitem que "se observa uma tendência de elevação do indicador (de concentração das contas correntes) em todo o período analisado" - entre 1994 e 2007. Essa constatação foi feita com base no chamado IHH (Índice Herfindahl-Hirschman). O indicador varia de zero a um e resultados próximos de zero representam um setor pulverizado. No sentido contrário, quanto mais próximo de um, mais concentrado é o mercado.

Segundo o relatório, o índice para as contas correntes "chegou a valores próximos do limite a partir do qual o sistema pode ser considerado altamente concentrado". O texto cita apenas uma explicação para o fato: uma das hipóteses é o efeito da mudança na regulamentação das tarifas bancárias feita em 1996 - mas não explica as causas e conseqüências dessa alteração.

Sobre a concentração de depósitos, o índice ficou no piso do patamar considerado "regular". Em ativos e crédito, o número aponta para baixa concentração.




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