Artigo

Há alguns anos, participei de meeting empresarial em outro país com diversos casais empreendedores e executivos brasileiros. No programa havia uma palestra minha num dia e de outro palestrante no dia seguinte, além de passeios turísticos e programação gastronômica. Após minha apresentação, alguns dos casais combinaram de ir jantar, inclusive o amigo palestrante.

Conversa vai, conversa vem, o assunto esbarrou em futebol. O outro palestrante, torcedor fanático, não aguentou dois comentários feitos em puro tom de brincadeira, de quebra-gelo (já que se tratavam de pessoas que acabaram de se conhecer), por um dos participantes da mesa. Do transtorno, veio o destempero. Do destempero a exaltação: agressão verbal, dedos em riste, olhar injetado o que, por pouco, não terminou nas vias de fato, transformando noite que tinha tudo para ser agradável em princípio de pesadelo, daqueles sobre o qual não temos o menor controle. O ressentimento e a intolerância ali contidos vieram em doses cavalares, assustando a todos, inclusive a própria esposa.

Detalhe: a palestra que faria no dia seguinte teria como plateia, em parte, aquelas pessoas que ali estavam. E a viagem tinha, como um dos objetivos, ampliar relacionamentos, apresentar empresas e, na medida do possível, entabular negócios. Total falta de timing, de bom-senso e de contexto.

As críticas - ora bem-humorada, ora séria - que teço não se referem a este ou aquele time, às suas conquistas ou derrotas. Mas sim à atitude daqueles que, ao invés de se preocupar com a festa a que tem direito, por mérito e competência do seu time, vivem num limiar muito tênue entre a razão e a falta dela, destilando cusparadas e rancores acumulados pelas festas que não participou, também por questões de mérito e competência.

Portanto, amigos, torçam, comemorem, aproveitem. Gritem, chorem, sofram e vibrem, na medida do mérito e da competência do seu time. Mas nunca, nunca percam a capacidade de rir de si mesmos, de compreender que não existe uma vida no futebol, uma vida profissional e uma vida pessoal. O que existe é simplesmente algo chamado ‘vida', onde todos estes fatores, juntos e misturados, ajudam-se ou atrapalham-se. Uma dica prática para quem, independentemente da coloração esportiva, acha abstratos demais conceitos como timing, bom-senso e contexto.

Eduardo Zugaib é escritor, profissional de marketing e palestrante.

Palavra do Leitor

Erro de avaliação

Nos meus quase 60 anos nesta querida cidade, pela qual tenho verdadeira paixão, defendo-a com unhas e dentes. Já vi várias administrações, umas boas, outras mais ou menos, mas nunca destruidoras. Quando pensei que tivesse visto tudo, aparece o Dr. Aidan. Até achei que seria bom para a cidade, grande médico com mentalidade nova, mais foi o meu maior erro. Ele transformou a cidade em verdadeiro coliseu, com ruas esburacadas e completamente às escuras. Mas o que mais me impressionou foi a destruição do patrimônio público (Estádio Bruno Daniel e Cine Teatro Carlos Gomes). O prefeito pecou pela falta de comprometimento e de amor com a cidade e sua história.

José Aparecido

Santo André

Dilma e Lula

Dilma e Lula se concentram em capitais. Com essa chamada, o Diário nos acordou no dia 26. Não é impróprio, tampouco imprevisível, que o ex- presidente Lula e dono do PT esteja com seu tempo livre para colocar quem ele quiser no cargo que bem ditatorialmente entender na eleição. O que é impróprio e não intrínseco ao posto que ocupa é o fato de a presidente Dilma dar uma de cabo eleitoral do PT subindo nos palanques. Isso enquanto o Brasil espera por ações mais necessárias que seus discursos antagônicos e egocêntricos. Por exemplo, contra a fome, histórica, no Vale do Jequitinhonha.

Cecél Garcia

Santo André

Candidatos

É impressionante o número de candidatos a prefeito e vereador no Grande ABC. Mas o que chama atenção é o total despreparo dos interessados em assumir cargo público através da política. Não têm o mínimo preparo, bem como são destituídos de qualquer capacidade intelectual para tanto. Por isso, torna-se necessária urgente reforma eleitoral para se colocar como pleiteantes à carreira política pessoas, além de capacitadas, de ilibida conduta perante a sociedade.

Fernando Martins

Santo André

Nono dígito

Espero que haja ótima e convincente explicação técnica para a mudança planejada pela Anatel para justificar a impossibilidade da convivência de números de oito e nove dígitos para os celulares. Como leigo penso que apenas os novos números deveriam vir acrescidos deste nono dígito, semelhante ao que havia na telefonia fixa, há décadas, com a convivência de números de seis, sete e oito dígitos.

Luiz Nusbaum

Capital

Vira-casaca - 1

Ex-inimigo do PT, o vereador Paulinho Serra agora virou aliado do partido. Como na política vale tudo, só falta virar corintiano, né mano?

José Roberto Cranchi

Santo André

Vira-casaca - 2

Existe o Maluf de Santo André! Que vergonha, Paulinho Serra, do acordo que fez com Carlos Grana. Justo você, que esteve sempre ao lado do Orlando Morando, Geraldo Alckmin e toda cúpula do PSDB. De uma hora para outra você deu o pulo mais errado da sua vida, fazendo um acordo com o PT, sendo que 99% de sua votação são de eleitores que confiavam na política do bom-senso. O tempo dirá, mas, em minha opinião, você acabou politicamente.

Jaime Rossi

Santo André