Política Titulo São Bernardo
Léo Pinheiro tentou direcionar edital, diz Marinho

Delatado por ex-dono da OAS por suposta fraude no Piscinão do Paço, ex-prefeito rebate: ‘É mentiroso’

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
25/07/2018 | 07:00
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Ex-prefeito de São Bernardo e pré-candidato do PT ao governo do Estado, Luiz Marinho (PT) afirmou que o ex-dono da OAS, Léo Pinheiro, tentou direcionar o edital para o projeto Drenar, que envolvia construção de diversas galerias pluviais e também do Piscinão do Paço, na região central. Parte da obra, de R$ 600 milhões no total, ficou inacabada no governo petista.

Em junho, o jornal O Globo mostrou que Léo Pinheiro, em delação premiada, revelou esquema de corrupção na licitação de São Bernardo acertado com Marinho e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de Marinho assegurar que não atendeu às exigências de Léo Pinheiro, a OAS, via consórcio Centro Seco (que também conta com a empresa Serveng), venceu a concorrência pública. “Atendendo à orientação (de Lula), determinei que um diretor da OAS procurasse Luiz Marinho. Nesse contato, se acertou a elaboração de um edital especificamente para que a OAS ganhasse a licitação e realizasse as obras em São Bernardo.”

Em entrevista ao programa Jornal da Manhã, na Rádio Jovem Pan, Marinho negou qualquer ilícito na obra. Declarou que Léo Pinheiro o encontrou e entregou um CD com um modelo de licitação, mas ele, então prefeito, rejeitou a proposta.

“O senhor Léo Pinheiro me levou um pedido que não atendi. Vou mostrar (o que ele pediu) quando for fazer meu depoimento. Foi uma outra coisa que eu não atendi, em absoluto. Vou dizer na Justiça. Ele (Léo Pinheiro) me levou um CD me apresentando o que ele gostaria de fazer. Eu não fiz. Não foi o edital que ele pediu, de maneira alguma”, afirmou Marinho. Questionado por jornalistas do programa por que não revelava o teor da conversa, o petista declarou que “estava orientado pelos advogados”.

Somente o Piscinão do Paço consumiria R$ 294 milhões, com grande parte de financiamento do governo federal. O governo Marinho autorizou aditivos financeiros à empreiteira, elevando a quantia da obra para R$ 353 milhões. Apesar disso, o Piscinão do Paço não foi entregue até o fim da gestão de Marinho, encerrada no dia 31 de dezembro.

“Espero que o Judiciário seja mais ágil para eu poder comprovar e poder processá-lo. O Léo Pinheiro não passa de um mentiroso, mas eu entendo. Um cidadão em busca da liberdade é capaz de mentir, sob tortura, é capaz de mentir, tem direito à mentira. Não passa da mais absoluta mentira”, discorreu Marinho.

DISCUSSÃO - Durante a sabatina na Rádio Jovem Pan, Marinho bateu boca com Marco Antônio Villa, que faz parte da bancada do programa. Após dizer que Villa havia perdido processo movido pelo ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), Marinho foi chamado de “mentiroso” e retrucou. Aos gritos, os dois discutiram por quase dois minutos, deixando os demais participantes do programa constrangidos.

Marinho também declarou que irá processar Villa por ter sido chamado de ladrão. No programa, o ex-prefeito de São Bernardo reforçou que se arrependeu de não ter concluído o Museu do Trabalho e do Trabalhador com recursos próprios. A obra, que era para ter sido entregue em 2013, segue inacabada e foi alvo de operação da PF (Polícia Federal). 




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