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Skaf banca projeto próprio ao Estado com crítica ao PSDB

Nome do MDB ao Palácio dos Bandeirantes garante que articulação no pleito nacional em nada vai interferir na candidatura ao governo paulista

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
24/06/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza


Pela terceira vez na disputa pelo comando do governo do Estado, o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (MDB), descartou qualquer possibilidade de composição com o PSDB em âmbito estadual e, mais do que isso, mirou artilharia para as gestões tucanas em São Paulo.

Em entrevista ao Diário, Skaf comentou sobre as articulações em âmbito nacional que o pré-presidenciável do PSDB e ex-governador paulista, Geraldo Alckmin, faz com o MDB, do presidente da República, Michel Temer. “Se o MDB apoiar o PSDB a nível nacional, o mais sensato seria o PSDB abrir mão em São Paulo. Tem de ser uma troca, não pode só um partido ser beneficiado.”

Skaf já escolheu seu adversário principal no pleito: o nome apresentado pelo PSDB, o ex-prefeito paulistano João Doria. O emedebista tenta vincular Doria aos 24 anos consecutivos de governos tucanos e busca jogar nas costas do ex-prefeito as críticas à atuação do PSDB no Palácio dos Bandeirantes.

Sobre a Segurança Pública, por exemplo, o emedebista questionou as declarações de Alckmin, que se vangloria da redução no número de homicídios em São Paulo – de 35 a cada 100 mil habitantes em 2001 para sete em 2018. “A maneira com que o (ex) governador (Alckmin) apresenta os números após levantamento é marqueteira. A cada hora uma pessoa é atacada com arma de fogo ou arma branca e uma mulher sofre algum tipo de abuso”, disse. “Isso é segurança?”, questionou. Skaf perdeu para Alckmin em 2014, já no primeiro turno.

O empresário se candidatou pela primeira vez a governador do Estado em 2010, pelo PSB, e concorreu novamente quatro anos depois. Ele vê evolução nos projetos eleitorais e se diz melhor preparado – em 2010, ficou na quarta colocação e, em 2014, foi segundo lugar. “Na minha primeira eleição, eu era apenas mais um que reclamava da classe política e era desconhecido. Hoje já tenho um pouco mais de estrada na política.”

Em outra crítica direta à administração tucana no Estado, Skaf disse não entender a morosidade para a construção da Linha 18-Bronze do Metrô, que beneficiaria o Grande ABC. Com PPP (Parceria Público-Privada) assinada desde 2014, o pré-candidato culpou ineficiência da gestão. “Só faltam R$ 400 milhões para que se possa realizar a desapropriação de algumas áreas para iniciar a obra. Hoje, o Estado constrói apenas um quilômetro de trilhos de Metrô por ano e isso é muito pouco. Daria para se construir cinco quilômetros ao ano.”

Skaf relembrou ainda o papel do pato amarelo, símbolo da Fiesp contra a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), e acabou sendo usado também como ícone no impeachment da ex-presidente Dilma, ocorrido em agosto de 2016. “Foi uma campanha contra a alta de impostos. E foi um sucesso.” 




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