A retomada gradual das vendas de veículos no País já levou uma grande indústria de autopeças, a Saint-Gobain Sekurit, de Mauá, a fazer novos investimentos, devido à necessidade de ampliar a produção para atender à demanda. A meta da empresa é ampliar em 10% a capacidade instalada da fábrica na região.

Fabricante de vidros automotivos, a Sekurit vem trabalhando a plena carga para fornecer esses itens para as montadoras no País, que representam 75% de suas vendas. O restante é composto por exportações (10%) e o segmento de reposição (oficinas, que colaboram com outros 15% de seu faturamento).

A empresa vai na esteira da reação do mercado automobilístico - a produção nacional de veículos cresceu 4,4% em agosto frente a julho, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), embora nos primeiros oito meses do ano, a atividade ainda esteja 11% menor do que a do mesmo período de 2008.

A melhora no mês repercute diretamente na companhia, que é líder do mercado nacional de vidros automotivos. Detém 55% da participação no segmento. "Um de cada dois carros que saem da linha de produção das montadoras tem vidros Sekurit", destaca o diretor-geral, Manuel Corrêa Neto.

Levando-se em conta que em agosto 281,7 mil carros foram fabricados no Brasil, pode-se estimar que 55% desse número, ou 154,9 mil, eram para-brisas da marca.

Corrêa Neto afirma que, mesmo com o estouro da crise financeira global, manteve-se mais otimista do que o restante do mercado.

A empresa, que em janeiro iniciou operações de uma nova linha de produção, procurou fazer acompanhamento diário das vendas de carros, para tentar antecipar aumentos de produção. Com isso, ele assinala: "Fizemos ajustes na medida certa, o que permitiu, na retomada, estarmos preparados para crescer".

Com a melhora do cenário, a fabricante já reforça o quadro de funcionários. Contratou 70 pessoas em agosto. Hoje conta com 1.500 empregados.

Tecnologia - A empresa também vem ampliando as vendas ao Exterior, recuperando clientes perdidos na Europa e nos EUA - até meados de 2008, não havia disponibilidade de produção para exportar - e manteve o foco em novas tecnologias.

Com investimento anual de 4% das vendas em pesquisa e desenvolvimento - o grupo mundial fatura 43,8 bilhões de euros, ou R$ 113,9 bilhões -, tem inovações como o para-brisa antiembaçante, que tem microfilamentos invisíveis a olho nu. O item vai equipar um modelo que será lançado em 2010 (os nomes do carro e da fabricante são guardados a sete chaves).