A boa notícia representa o inIcio da recuperaçao da lavoura cacaueira baiana arrasada nos últimos dez anos pela "vassoura-de-bruxa", que provocou um prejuízo estimado de US$ 1,2 bilhao e 250 mil desempregados na regiao. Na pauta das exportaçoes, o cacau chegou a render anualmente US$ 1 bilhao para a Bahia.
Após o aparecimento da praga, a produçao foi caindo, desabando as vendas. Em 97 ocorreu o pior desempenho dos últimos anos, com vendas externas da ordem de US$ 122 milhoes. A "vassoura-de-bruxa" infectou 84,7% dos 640 mil hectares de área plantada na Bahia.
A regiao mais avançada do Estado no Programa de Recuperaçao da Lavoura Cacaueira é o agrosistema de Camaca, que abrange seis municípios, onde estao plantados 2,4 mil hectares de cacau clonado, a partir de material genético selecionado. Um grupo de 360 produtores participa desse projeto piloto de produçao do novo cacau. O gerente regional da Ceplac de Camaca, Ednaldo Ribeiro, explica como os antigos pés de cacau sao recuperados. "Nós enxertamos os clones das mudas selecionadas na planta infectada pela praga e num prazo de 18 meses, surge a nova planta já em condiçoes de produzir os frutos".
Esses frutos sao maiores e contém mais amêndoas de cacau que os antigos. A diferença é gritante: para se produzir uma arroba de cacau sao necessários entre 400 a 450 frutos dos antigos pés. Com as novas plantas, 280 frutos sao suficientes.
Santana explicou que nao se pode avaliar ainda qual vai ser a safra desses primeiros cacaueiros clonados. É que o ciclo de produçao do pé de cacau só atinge a sua plenitude em cinco anos, tempo em que se espera alcançar uma uma produtividade de 100 a 140 arrobas por hectare, o dobro da média das plantas antigas. "O que temos agora é uma mostra do material produzido", disse, informando que os produtores da regiao vao comemorar a "quebra do cacau", etapa em que o fruto é partido para a retirada da polpa e das amêndoas. "Recebi nos últimos dias mais de quatro mil frutos de produtores que fizeram questao de me mostrar o resultado de todo esse trabalho de recuperaçao" disse Santana.
O programa de recuperaçao de cacau prevê investimentos de R$ 367 milhoes até o ano 2001, recursos do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e BNDES. Desse total, R$ 125 milhoes foram disponibilizados para os produtores. Santana informou que o programa é baseado em três pontos: nos produtores, que estao convencidos a renovar seus cacauais; na Ceplac, que dispoe da tecnologia; e no crédito agrícola. "O terceiro item é dos mais importantes pois os produtores da regiao estao completamente descapitalizados por causa da crise do cacau e precisam de financiamento para implantar os clones", sustenta Santana.
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