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Cobrança de integração em Diadema passa a valer no domingo

Usuários pagarão R$ 1 para migrar entre coletivos municipais e sistema de trólebus

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
06/07/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 A Secretaria de Transportes Metropolitanos, do governo estadual, autorizou ontem, por meio de resolução publicada no Diário Oficial, a cobrança no valor de R$ 1 para usuários que realizarem, a partir da 0h deste domingo, integração entre ônibus municipais e o sistema de trólebus do Corredor ABD nos Terminais Metropolitanos Diadema, Piraporinha e São Mateus, este último, localizado na Zona Leste da Capital. A medida afetará 27 mil passageiros diariamente, sendo 18 mil referente a usuários que utilizam o serviço em território diademense.

A implantação da cobrança anunciada em janeiro e, posteriormente, suspensa pela Justiça, ocorre após o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) publicar no dia 20 de junho decisão deferindo o pedido que impedia a cobrança da tarifa, proferida no dia 6 de janeiro, o que à época impossibilitou que o Estado efetivasse a medida.

Na prática, a cobrança será feita a usuários somente no sentido do sistema municipal para o intermunicipal. Ou seja, se o passageiro embarcar em um ônibus municipal de Diadema e, na sequência, fizer transferência em um dos terminais metropolitanos da cidade para ingressar nos trólebus do Corredor ABC haverá a cobrança de R$ 1. Agora, se o mesmo estiver no trólebus, operado pela Metra, e for para coletivo diademense ele não pagará nada.

A cobrança da transferência entre os dois sistemas, segundo a resolução, será feita por meio do Cartão BOM. Quem não possuir o bilhete terá de pagar as duas tarifas cheias. Aos usuários do Bilhete Escolar fica assegurado o benefício de 50% no valor da tarifa de integração.

Segundo o presidente da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), Joaquim Lopes, o fim da integração gratuita, existente em Diadema desde 1991, foi uma medida necessária para reequilibrar contratos para prestação do serviço. “Desde o fim do antigo acordo que tínhamos com a Eletropaulo para manutenção da rede elétrica do Corredor ABD estamos acumulando uma dívida de quase R$ 64 milhões. É um montante que cresceu com o tempo, pois ainda temos outros gastos com o sistema de bilhetagem eletrônica e demais manutenções.”

A intenção é que, com a cobrança da tarifa de integração, esse valor seja quitado ao longo dos próximos anos. “É importante destacar que dos nove terminais metropolitanos operados pelo Corredor ABD somente esses três tinham a livre circulação entre os dois sistemas. Então, cabe dizer que a medida visa equacionar os custos”. A estimativa é a de que o impacto da cobrança da integração tarifária recairá sobre 5% dos usuários do corredor que não contam com o benefício do Vale Transporte.

Ontem, usuários ficaram surpresos com o anúncio da medida. “É um absurdo tirarem um benefício nosso em um período de crise como esse. Eu mesmo estou há dois anos desempregada e utilizo o ônibus sempre para entrevistas. Diga-me como vou pagar a mais sem emprego?”, questiona Edclaudia Napoleão dos Santos, 29 anos.

Para o aposentado Zenobi Abino da Silva, 68, a medida representa prejuízo à população. “Como vamos pagar sem dinheiro? Agora vai compensar mais ir a pé para os lugares.”

 

Tarifa é discutida há pelo menos seis anos

Embora seja tratada como medida polêmica, a cobrança de tarifa de integração já é discutida há pelo menos seis anos pelo governo estadual e pela Prefeitura de Diadema.

Em 2011, o então prefeito de Mário Reali (PT) sinalizou a intenção do Estado de encerrar o convênio para a gratuidade do serviço. No entanto, as negociações à época não vingaram.

Neste ano, o prefeito Lauro Michels (PV) chegou a promover protesto contra a implantação da tarifa ao parar o carro que usava atravessado na saída dos trólebus, impedindo a passagem de veículos. Contudo, durante o período de suspensão da cobrança, ele não conseguiu articular com o Estado a suspensão definitiva da medida. Em página no Facebook, o prefeito manifestou ontem a insatisfação com a cobrança. “Uma derrota nossa e de toda a nossa população”.

Em nota, o Paço diz que “embora não concorde” com a decisão irá acatar a medida.




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