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População de Diadema sofre com trólebus lotado
André Vieira
Especial para o Diário
02/10/2008 | 07:01
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Os cerca de 70 mil passageiros que utilizam diariamente o Terminal Diadema da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) têm enfrentado ônibus superlotados desde as 5h30. Uma das principais vias de transporte público da região, o Corredor ABD atravessa Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá, e os bairros do Jabaquara e São Mateus, na Capital.

A plataforma do Terminal Diadema de onde parte o trólebus para o Jabaquara, que integra o corredor, e a plataforma para o Brooklin, em São Paulo, são os pontos mais problemáticos. Das 5h30 às 8h, funciona em uma das extremidades da plataforma, uma fila exclusiva para quem prefere esperar mais pelo ônibus para ir sentado.

Na outra extremidade, sem qualquer demarcação, fica o ponto onde aguardam os passageiros que vão viajar em pé. A ordem do embarque depende de um pouco de sorte. Como o ônibus não tem um lugar específico para estacionar, entra primeiro aquele que estiver mais próximo das portas quando são abertas.

Mesmo entrando e saindo da plataforma em intervalos curtos, os ônibus disponibilizados nem sempre são suficientes para oferecer viagem minimamente aconchegante para a maioria dos passageiros, considerando que poucos conseguem viajar sentados.

"Só dá para ir sentado quando o ônibus sai do próprio terminal. Os que vêm de fora já estão cheios quando chegam", contou o auditor Werner Amado, 23 anos, que pega o ônibus para ir ao trabalho.

Ontem pela manhã, três fiscais trabalhavam dando um literal ‘empurrãozinho' nos passageiros para que os motoristas pudessem fechar as portas com a garantia de que nenhum usuário ficasse preso. A distância entre os terminais é percorrida em menos de 15 minutos. Para os homens e mulheres que dependem desta ligação, esse intervalo parece estar aumentando.

"É preciso colocar mais ônibus em funcionamento nos horários de pico", sugeriu a auxiliar de departamento pessoal Mariana Messias, 19.

Pesquisa anual da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostra que o nível de satisfação dos usuários do trólebus diminuiu 16% nos últimos cinco anos. Em 2003, 82% julgavam o serviço excelente ou bom. Ano passado, o índice de aprovação foi de 66%. Há 11 anos, a tarifa do trólebus custava R$ 1,25, hoje custa R$ 2,40.

O presidente da EMTU, José Ignácio Sequeira de Almeida, disse que o problema será minimizado em breve com a eletrificação do trecho que liga os terminais Piraporinha, em Diadema, e Jabaquara, na Capital, o que possibilitará maior circulação de ônibus.

"Em novembro o projeto de eletrificação estará concluído. No próximo ano já estarão iniciando as obras de implementação das redes. A operação certamente terá melhorias", afirmou Almeida.

Operadora do sistema, a Metra informou que adquiriu 25 novos veículos que entrarão em circulação ainda neste mês, aumentando a capacidade da frota. Maiores do que os trólebus convencionais, os novos ônibus terão capacidade total para cerca de 110 passageiros, segundo o diretor da empresa Carlos Alberto Sigiliano.




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