A preservação do meio ambiente urbano é uma questão bastante séria, mas nem de longe tem recebido a atenção necessária ou tem tido sua análise de causa e efeito tratada de maneira intelectualmente honesta. A atmosfera merece cuidados especiais para que o meio ambiente em que vivemos nos proporcione boa qualidade de vida. Melhorar a vida na Região Metropolitana implica na adoção de medidas que garantam mobilidade sustentável para todos.

Novo conceito

Sustentabilidade é ainda um conceito novo. O termo começou a ser usado há cinco anos e ainda não consta nos dicionários. Mas o mercado já tem uma percepção sobre o tema. Um empreendimento sustentável é baseado em três vertentes: Deve ser economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente justo. A mobilidade urbana sustentável é função pública destinada a garantir a acessibilidade para todos e, para tanto, exige obediência às normas e prioridades que respondam às diferentes necessidades de deslocamento, além de contribuir para a redução dos efeitos negativos provocados pelo uso predominante do automóvel.

Carros

O tráfego urbano motorizado é hoje o maior problema ambiental da Grande São Paulo. Aumentaram os níveis de contaminação do ar com elevado consumo de combustíveis não renováveis. Na Grande São Paulo a poluição causa cerca de 2.500 vítimas fatais por ano. Os poluentes que contaminam o nosso ar são gerados principalmente pela queima dos combustíveis fósseis pelos motores dos veículos. Parece piada, mas ainda não existe um acompanhamento oficial dos níveis de poluição do Grande ABC. Inconcebível a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) não acompanhar a poluição da região diariamente!

Pulmão

O simples e vital ato de inspirar faz com que os gases nocivos à saúde, como o óxido de nitrogênio, o monóxido de carbono e o ozônio alcancem diretamente os nossos pulmões. E não pense que ligar o ar-condicionado impede que os gases entrem em seu carro.

A contaminação atmosférica provoca aumento dos problemas respiratórios. A exposição à poluição acelera o envelhecimento uma vez que aumentam as substâncias oxidantes no organismo. O monóxido de carbono causa lentidão dos reflexos e sonolência. O dióxido de nitrogênio pode agravar a asma, além de reduzir as funções do pulmão. O ozônio também causa inflamação nos pulmões. E a poeira ainda pode causar alergias, irritações das vistas e da garganta.

Trânsito e infarto

Especialistas alemães descobriram que cerca de 8% dos ataques cardíacos podem ser atribuídos ao tráfego. E, avaliando mais de 1.400 sobreviventes de um infarto, eles observaram que muitos deles estiveram no tráfego pesado uma hora antes do ataque. As análises mostraram que pessoas vulneráveis ao infarto estariam 3,2 vezes mais propensas a ter um ataque cardíaco se tivessem pegado trânsito pesado uma hora antes.

Uma boa dica

Para evitar ou minimizar os inúmeros efeitos nocivos, deve-se consumir frutas, verduras e legumes ricos em vitamina C, que estimulam a produção de glutationa, enzima do fígado, que ajuda a impedir a ação dos radicais livres produzidos pelo organismo aos montes quando inspiramos gases nocivos.