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PSDB e PMDB se unem na disputa pelo comando do Congresso
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23/11/2000 | 00:22
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O PMDB preparou uma surpresa para esvaziar a candidatura do líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), a presidente da Câmara, lançada na quarta, com pompa, por governadores, prefeitos, ministros, deputados e senadores do partido. Enquanto Oliveira anunciava a plataforma de campanha, feliz com a presença de deputados do PTB, PC do B e até do PMDB, tucanos e pemedebistas selavam um acordo para dividir as presidências da Câmara, com os líderes do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), e do PMDB no Senado, Jáder Barbalho (PA), presidente nacional do partido, deixando o PFL fora da partilha dos postos de comando do Congresso.

O PMDB e o PSDB vinham articulando uma parceria há mais de um mês, mas o que precipitou o acerto foi a decisao do PFL de lançar Oliveira como candidato suprapartidário, trabalhando para rachar o PMDB na caça individual aos votos dos deputados.  Diante da ameaça de divisao da bancada na disputa, o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), telefonou para Neves quarta cedo e lhe comunicou que a bancada estava disposta a apoiá-lo, em troca dos votos dos senadores tucanos ao candidato do PMDB para presidente do Senado.

O apoio na base da contrapartida foi posto na mesa de negociaçoes pelo PSDB do Senado há três semanas. Foi quando os senadores resolveram que apoiariam o candidato do partido que desse ao PSDB a presidência de uma das Casas do Legislativo. "Esta decisao está tomada e tem de prevalecer porque nós nao podemos recuar do que nós mesmos decidimos", afirma o primeiro vice-presidente do Senado, Geraldo Melo (PSDB-RN). Mas nem por isso a situaçao está definida.

Líderes dos partidos aliados e até mesmo os de oposiçao ao governo concordam que o jogo sucessório no Congresso está apenas começando. De fato, como o PSDB nao estabeleceu preferência por qualquer partido na partilha da Câmara e Senado, o PFL nao fica de fora desta jogada de poder. "Se a condiçao posta pela bancada foi a de ter a presidência de uma das Casas, o PFL ainda pode entrar no campo oferecendo apoio em troca da presidência do Senado para um tucano", arrisca um dirigente do PSDB, ao admitir que, embora nao haja vetos a nenhum nome do PMDB, "há um certo desconforto em setores da bancada que teriam dificuldades em votar no Jáder".

 A prova de que o jogo está cada vez mais embolado é a de que a Câmara poderá ter cinco candidatos a presidente a partir da próxima semana. O líder do PT, Aloízio Mercadante (SP), marcou para dia 29 a reuniao da bancada para decidir como se posicionará na disputa. Segundo Mercadante, o PT nao faz restriçoes pessoais nem a Oliveira nem a Neves mas, ainda assim, discutirá a possibilidade de apresentar-se com uma candidatura própria.




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