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Evo Morales anuncia estatização das riquezas minerais da Bolívia
Da AFP
16/10/2006 | 07:42
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O presidente Evo Morales anunciou neste domingo a estatização das riquezas minerais da Bolívia, medida que deverá ser oficializada no dia 31 de outubro, coincidindo com a comemoração da nacionalização das minas ditada em 1952 e revertida três décadas mais tarde.

"Começamos com a nacionalização dos hidrocarbonetos (em maio), o próximo passo são os minerais, haverá surpresas com o estanho, a prata e o ouro. Seu controle deve passar para o Estado boliviano, ao povo boliviano", destacou. As declarações do governante, que leva adiante importantes reformas contestadas pela direita e setores da oligarquia boliviana, foram formuladas durante cerimônia de entrega de 30 tratores aos sindicatos agrários do povoado andino de Challapata.

A nova política sobre as minas está sendo adotada depois de um grave confronto armado entre mineiros da Comibol no começo do mês pela posse de uma rica jazida de estanho que deixou em Huanuni 16 mortos e 61 feridos, segundo números oficiais.

Na ocasião, Morales havia dito que "não se pode esperar mais, é preciso nacionalizar as concessões mineradoras sem investimento".

O presidente chegou a pedir a seus colaboradores medidas para potencializar a mineração estatal e, ao mesmo tempo, reanimar as cooperativas privadas de mineiros.

Huanuni, o pior episódio de governo Morales, ainda é considerado um barril de pólvora, apesar das duas partes, mineiros cooperativados e sindicalizados, terem concluído uma frágil trégua.

O presidente vê como tábua de salvação o resgate da estatal Corporação Mineira da Bolívia (Comibol), em estado residual desde 1985, quando 30.000 mineiros foram postos nas ruas e as portas do setor, que sustenta o erário boliviano, abertas para particulares.

Os mineiros de Huanuni disputam 'Patiño', a única mina de estanho desenvolvida desde a década de 1930 e que nos últimos dez meses foi explorada por uma e outra parte de forma compartilhada, mas sempre em meio a críticas e suspeitas.

Os sindicalizados defendem os métodos sustentados que empregam para buscar estanho por uma intrincada rede de galerias úmidas e quentes mais de 3 km abaixo da superfície e acusam os cooperativados de "roubar" o equipamento deixado nas profundezas e explorá-lo "irracionalmente".

Haverá "uma virada de leme" no projeto e execução da política mineira na Bolívia, mas baseada nas leis do Estado, disse então o novo ministro das Minas, Guillermo Dalence, em meio à forte resistência dos mineradores privados.




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