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Homem morre em terreno da Encol
Por Rodrigo Bruder
Do Diário do Grande ABC
14/03/2008 | 07:00
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O homem que morava no terreno abandonado pela massa falida da Encol, na Rua Catequese, em Santo André, foi encontrado morto na tarde de ontem dentro da área onde seria construído um edifício residencial.

Cabelo, como era popularmente conhecido pelos moradores da região, sofria de epilepsia e morava sozinho no local há oito anos. Ali, a então construtora Encol projetava a construção de um condomínio de alto padrão, mas faliu com a obra em andamento.

Os vizinhos do terreno suspeitam que, após uma crise epiléptica, Cabelo tenha sofrido uma queda e batido com a cabeça no concreto. Às 17h30, seu corpo estava retorcido, na lateral do barracão, em meio às vigas de ferro do esqueleto da obra. Metade do corpo estava submerso. “O Cabelo dormia de dia e catava latinhas à noite. Ele tomava doses cavalares de remédios para controlar a doença", lamenta o aposentado Vanderlei Moretti, que ajudava Cabelo com roupas e alimentos.

PRÉDIO

Hoje, no lugar onde deveria funcionar a garagem do empreendimento, há um tanque com 20 metros de largura, 50 metros de comprimento e cerca de oito metros de profundidade, que foi alagado pela água da chuva.

Abandonado há, pelo menos, dez anos, o lugar passou a servir até de ponto de pesca, após Moretti ter promovido a criação de peixes, que ele pegava na Represa Billings. “Eu trouxe os peixes porque eles comem as larvas do mosquito da dengue. Mas esse tanque tem de ser esvaziado”, observa o aposentado.

Moradores da região consideram o lugar “muito perigoso”. Eles temem a proliferação de doenças infecciosas como a dengue, além do risco de uma pessoa entrar no terreno e sofrer um acidente no tanque. “Essa é uma área extremamente perigosa. Eu mesmo já impedi a entrada de diversas pessoas que vinham para cá com crianças para pescar”, diz o aposentado Moretti, que há 40 anos mora em frente ao local.

Procurada, a Prefeitura disse que, após análises feitas pela Secretaria de Saúde, não foram encontrados focos de dengue no local, porque as larvas não proliferam em regiões profundas. Em relação ao esvaziamento do tanque, a administração informou que não pode intervir na área abandonada, porque trata-se de uma propriedade privada.



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