Pela primeira vez em dez anos o Festival Vale do Café, no interior do Rio de Janeiro, contemplará todas as cidades da região do Vale do Paraíba. A programação do evento, que começa dia 23 e prossegue até 1º de agosto, se estenderá por praças, igrejas, casarões e fazendas históricas de Vassouras, Rio das Flores, Paty do Alferes, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin, Paracambi, Mendes, Barra do Piraí, Piraí, Pinheiral, Volta Redonda, Barra Mansa e Três Rios. Tudo com gosto de arte e aroma de café.

Além de palestras, cursos, manifestações populares, concertos e shows com grandes nomes da música, o projeto, idealizado por Cristina Braga e Turíbio Santos, permite conferir o sabor das comidas do interior e visitar propriedades rurais que fizeram história nos tempos áureos do chamado Ciclo do Café.

Algumas delas abrirão suas portas pela primeira vez ao público do festival. É o caso da Fazenda Monte Alegre, em Paty do Alferes, propriedade do escultor Gabriel Fonseca, que fez do grande jardim da fazenda o Parque de Esculturas Lucia Miguel Pereira. No dia 24, às 11h, o artista fará uma exposição in natura nos jardins do local, com obras de 11 ex-alunos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Vários artistas de renome nacional também prometem abrilhantar o festival com apresentações em fazendas históricas. Já os espaços públicos abrigarão cerca de 15 oficinas e cursos gratuitos de música, que vão de canto a bandolim, passando por violoncelo, contrabaixo, violino, sax, clarineta, trompete e até harpa. A direção será do violonista Turíbio Santos e as inscrições podem ser feitas pelo site do evento (www.festivalvaledocafe.com).

Outro destaque da programação é o Cortejo de Tradições, que passará pelas cidades de Vassouras, Piraí, Volta Redonda e Barra Mansa integrando as principais manifestações culturais das comunidades do Vale do Paraíba, como caxambus, jongos, caninhas verdes, calangueiros e as tradicionais folias de reis.

Por fim, siga até o centro de Vassouras e deguste um cafezinho no espaço montado especialmente para o festival, com paletras, debates e degustações de produtos típicos da região.

8º FESTIVAL VALE DO CAFÉ
Quando - A partir do dia 23 até 1º de agosto

Ingressos - As entradas para os concertos, que acontecem de sexta-feira a domingo, às 11h e às 16h, custam R$ 80.

Informações - A programação completa pode ser conferida no site www.festivalvaledocafe.com.

ONDE FICAR
Parque Hotel Santa Amália - (0xx24) 2471-7007.

Mara Palace Hotel - (0xx24) 2471-1993.

Hotel Gramado da Serra - (0xx24) 2471-2314.

Hotel Jardim Imperial - (0xx24) 2471-1877.

Pousada Vale da Embaúba - (0xx24) 2468-1331.

Pousada Veredas - (0xx24) 2471-3350.

Hotel Fazenda Santo António - (0xx24) 2488-2148.

Resort Águas Quentes - (0xx24) 2433-1122.

Pousada Colina Verde - (0xx24) 2471-2939.

FAZENDAS
FLORENÇA (Valença)
Tem estilo neoclássico, surgiu no início do século 20 e pertenceu à irmandade da família Teixeira Leite. Suas terras eram utilizadas para lavoura. Ainda no século 20, foi adquirida pela família de Lupércio de Castro.

SÃO LUIZ DA BOA SORTE (Vassouras)
Pertenceu ao português Antônio Ribeiro de Avelar. Ainda muito jovem, ele migrou com o irmão mais velho, José Rodrigues da Cruz, para o Brasil e fixou residência no Rio de Janeiro. Eles eram comerciantes de ‘grosso' (gêneros para os tropeiros que faziam a rota das Minas Gerais).

GUARITÁ (Rio das Flores)
Tem características de casa térrea, com porão elevado do solo, tendo na área lateral direita um platô alteado em relação à parte frontal. De acordo com o tipo de ocupação da área de trabalho do período do café, é possível constatar a existência do antigo terreiro de secagem de café à frente da casa-sede, atualmente coberto por extenso gramado.

SANTO ANTÔNIO (Rio das Flores)
Foi presente de casamento do Visconde de Ipiabas (homem de grande influência no Brasil Império, durante o Ciclo do Café) para a sua filha Cândida Peregrina. Ele ampliou a casa grande com o luxo e conforto da burguesia oitocentista.

SÃO JOÃO DA PROSPERIDADE (Barra do Piraí)
Segundo estudos históricos, a fazenda surgiu quando o café passou a ser cultivado. Foi uma doação de sesmarias e Antônio Gonçalves de Moraes - mais conhecido como o Capitão Mata Gente, casado com Rosa Luiza Gomes de Moraes - investiu na plantação de café.

TAQUARA (Barra do Piraí)
Pertenceu ao Comendador João Pereira da Silva, que se dedicou ao cultivo do precioso café. O local até hoje pertence à família do comendador. A sede - com quase dois séculos de história - está em perfeito estado de conservação e preserva sua origem com móveis, documentos e retratos originais.

VISTA ALEGRE (Valença)
Surgiu por volta de 1852 e é uma das pioneiras no campo das artes, da cultura e do desenvolvimento socioeconômico. Após as suas inovações, o Conde D'Eu fez uma visita histórica à cidade de Valença.

SÃO JOÃO DA BARRA (Paty do Alferes)
A antiga fazenda dos tempos do Ciclo do Café, datada de 1830, foi restaurada recentemente e possui uma das mais completas exposições e gravuras de documentos originais do século 19.

CANANÉIA (Vassouras)
Vassouras foi a cidade dos barões do café e, em meados do século 19, a maior produtora do grão no Brasil. Atualmente, a fazenda Cananéia cria gado Jersey.

PÃO GRANDE (Paty do Alferes)
Uma das maiores e mais antiga fazendas de Paty do Alferes. Já existia muito antes do Ciclo do Café e se dedicava, principalmente, à produção de açúcar.

CACHOEIRA GRANDE (Vassouras)
Foi propriedade da família Teixeira Leite, que teve importante projeção social. Os Teixeira Leite, mais precisamente Custódio Ferreira Leite - O Barão de Aiuruoca - fizeram fama em várias regiões cafeeiras do Vale, pois colaboraram com a abertura de estradas, construção de pontes, igrejas e hospitais. Atualmente, a fazenda Cachoeira Grande dedica-se à pecuária e ao turismo cultural.

CHACRINHA (Valença)
Adquirida na década de 1840 por Manoel Pereira de Souza Barros, era uma grande lavoura de café. Hoje, é produtiva e seleciona bois de elite, da raça nelore.