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Schuler, de Diadema, preserva 456 empregos

Empresa fecha com sindicato proposta semelhante ao PPE, que reduz em 8% jornada e 4% salário

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
05/09/2015 | 07:06
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Claudinei Plaza/DGABC


Os funcionários da Prensas Schuler, de Diadema, aprovaram ontem, em assembleia, acordo que preserva os 456 empregos da fábrica. O compromisso acertado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC é semelhante ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), pois reduz a jornada de trabalho em 8% e, o salário, em 4%, durante cinco meses, além de garantir a estabilidade dos trabalhos até março de 2016. Porém, como a empresa ainda não eliminou o banco de horas, e há operários com férias vencidas, ainda não se sabe se o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) vai aceitar a proposta – é requisito básico esgotar as demais alternativas para lidar com excedente de empregados antes de buscar auxílio do governo.

“Vamos enviar o pedido ao MTE. Se o ministério aprovar, o débito de quatro horas por dia (metade das oito horas diárias), que agora será descontado do banco de horas, deixará de existir a partir de outubro”, afirma o presidente do sindicato, Rafael Marques. Ele se refere ao fato de 50% da redução no rendimento dos trabalhadores ser complementada com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), caso o governo aprove a participação da empresa. Se isso não ocorrer, quando o desconto no banco de horas se esgotar o gasto será absorvido pela companhia.

“A Schuler não consegue queimar o banco de horas de uma vez porque possui um processo de trabalho complexo. São muitas especializações envolvidas. Então, é uma situação diferenciada, que será avaliada pelo governo”, explica. A Schuler fabrica prensas que realizam a estampagem de carros. Porém, com a queda na produção de veículos, diminui também sua demanda. Sua capacidade ociosa hoje é de 37%.

A jornada de trabalho será minimizada em dois dias por mês, a partir de setembro, até janeiro. E os trabalhadores terão estabilidade no emprego até março.

A expectativa é que, com a alta do dólar, as exportações aumentem, com o encaminhamento de projetos para o Exterior, especialmente para os Estados Unidos, o que deverá melhorar as finanças da empresa.

Com a assinatura do acordo, que ocorrerá na terça-feira, a Prensas Schuler pode ser a quinta empresa do Grande ABC a integrar o programa que protege o emprego em sua fábrica. Desde julho, três autopeças aderiram ao PPE: a Trefilação União e a Rassini Automotive, ambas de São Bernardo; e a Melling do Brasil, de Diadema. Além delas, na segunda-feira, a Mercedes-Benz tornou-se a primeira montadora do País a fazer parte do projeto. Ao mesmo tempo, 1.500 demissões foram canceladas, e foi garantida a estabilidade dos cerca de 10 mil trabalhadores da fábrica são-bernardense até agosto de 2016.

VOLKSWAGEN - Ontem foi realizada a primeira reunião entre o sindicato e a Volkswagen para a negociação do PPE, que visa preservar 11,8 mil empregos em São Bernardo. Na semana que vem haverá mais duas conversas, na terça e na quarta-feira, para definir os percentuais de redução da jornada e dos salários, que pode chegar a 30%.

Segundo Marques, também na semana que vem pelo menos mais um acordo deverá sair, já que mais seis fabricantes de máquinas e autopeças de São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires estão cogitando aderir ao programa.
 




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