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Procura por plástica cresce 60% durante o inverno
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
04/07/2010 | 07:00
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As baixas temperaturas no outono e inverno e as férias escolares aumentaram em até 60% a procura por cirurgias estéticas nas clínicas particulares do Grande ABC. Segundo especialistas, isso ocorre principalmente pela maior facilidade em usar acessórios pós-operatórios nesta época e já estar preparado para entrar em forma no verão.

"Sem contar que quem faz isso agora já não estará inchado e com cicatrizes tão aparentes em janeiro e poderá aproveitar o verão um pouco mais tranquilo", explica o cirurgião Fabrício Yui, sócio-proprietário de clínicas nas cidades de Santo André e São Bernardo.

Submeter-se ao procedimento no outono ou no inverno também traz outros benefícios, sobretudo aos que optam pela lipoaspiração a laser, pois, nestes casos, o uso de cinta modeladora é obrigatório, o que pode ser desconfortável em altas temperaturas.

"Nessa época do frio, o conforto de usar malhas cirúrgicas pós-operatórias, como para a lipoaspiração, é mais fácil. São cirurgias que você precisa se afastar de atividades. E também o paciente tem de pensar que não dá para operar e voltar imediatamente para sua vida normal. A recuperação leva de 15 dias até três meses", aponta Edson de Lima, professor de cirurgia plástica da Faculdade de Medicina do ABC e proprietário de uma clínica em Santo André.

São cerca de 60 procedimentos marcados paro o mês de julho. A maioria para implantação de silicone e lipoaspiração. "Lipoescultura e abdomoplastia, que é a retirada da gordura, indicada para quem já teve filhos e tem sobra de pele, também tem aumentado muito nos últimos tempos", avalia Yui.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, atualmente o Brasil possui 4.874 cirurgiões plásticos credenciados na entidade. No Grande ABC, cerca de 30 espaços atendem consumidores interessados em procedimentos estéticos. No entanto, o presidente da entidade, Sebastião Nelson Edy Guerra, recomenda cuidado antes de escolher o profissional que realizará o procedimento.

"O profissional tem de ser formado em Medicina, tem que ter treinamento de emergência para dietas e hemorragias e o serviço tem de ser credenciado pela sociedade de cirurgia plástica. Para liberar a credencial, visitamos o profissional, vemos o centro cirúrgico e, se o nível científico é bom, é autorizado."

Homens e adolescentes também aderem a procedimento estético

O desejo pela juventude e pela beleza já não são mais exclusividade das mulheres. Nos últimos anos, cresceu em 30% o número de homens que buscam por cirurgias plásticas. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Sebastião Nelson Edy Guerra, também é cada vez maior a quantidade de adolescente que recorrem aos procedimentos.

Esses jovens foram o alvo de 37.470 cirurgias realizadas no ano passado, o que equivale a 8% do total de 650 mil procedimentos feitos em 2009. As mais procuradas entre os adolescentes são as rinoplastias (cirurgias de correção de nariz), otoplastias (correção de orelhas) e mamas.
"Eles chegam ao consultório com 15, 16 anos acompanhados dos pais, do pediatra e do psicólogo, certos já do que querem fazer", aponta o presidente da entidade.

Ainda segundo dados da associação, nos últimos cinco anos subiu de 5% para 30% a porcentagem de pacientes do sexo masculino que se submetem às cirurgias estéticas. Esse resultado foi comprovado no ano passado, quando foram realizadas 104 mil cirurgias, em homens. O procedimento mais repetido por eles foi o das pálpebras, com 19 mil, seguido do nariz, com quase 16 mil, e lipoaspiração, com pouco mais de 15 mil.

"Os homens não têm tanta preocupação com o corpo, como a mulher, os mais procurados são os ligados ao rosto", aponta o cirurgião plástico Fabrício Yui, que possui clínicas em Santo André e São Bernardo.

O cirurgião afirma que já registra busca 20% maior por eles em sua clínica. "Correção de nariz e orelhas são as campeãs, mas já há muitos que também buscam lipoaspiração", aponta.

Uma das motivações para a procura da cirurgia é a exigência do próprio mercado de trabalho, que valoriza homens com experiência profissional, mas com aparência revigorada e com orgulho de sua imagem.

A PARTIR DOS 35 ANOS - Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, diferentemente das mulheres, que desde novas estão interessadas em mudanças, a maioria deles sente essa necessidade após os 35 anos. Os mais jovens recorrem à cirurgia apenas em casos de desvio de septo no nariz ou em casos de orelhas de abano - foco corretivo e não estético.

O presidente da entidade completa ainda que o Brasil - destaque mundial no setor e atualmente segundo país que mais procura por cirurgias - deve alcançar logo os Estados Unidos, primeiro colocado no ranking. Para comprovar isso, estudo detalhado do segmento já foi encomendado. "Contratamos nova pesquisa, feita por entidade que não esteja ligada ao setor para dar mais credibilidade aos números", conclui.

 




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