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Câmbio oscila a espera de medidas do FMI
Por Do Diário do Grande ABC
04/02/1999 | 10:09
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O mercado de câmbio deve continuar nesta quinta-feira refletindo o que os operadores chamam de "equilíbrio técnico": as cotaçoes à vista devem continuar oscilando entre R$ 1,70 e R$ 1,85, graças à possibilidade de se fazer hedge das posiçoes vendidas no mercado de futuros. Há pouco, o dólar abriu em R$ 1, 84 na venda, 3,90% acima do ptax de quarta-feira e próximo das máximas já atingidas nesta quinta. O desespero da semana passada, que puxou a moeda americana para R$ 2,17, parece ter dado trégua. Mas ninguém chamaria isso de otimismo.

Com liberdade para se assumir posiçoes vendidas, o mercado deixa de pressionar fortemente o spot, mas com garantias no mercado de futuros. Além disso, a presença da missao do FMI no Brasil, renegociando as metas do acordo e definindo as regras de intervençao no mercado de dólar, mantém o mercado de certa forma tranqüilo, à espera de novidades. "Com visita em casa, ninguém vai querer fazer bagunça", diz um operador. Mas até mesmo as expectativas lançadas sobre essa visita já nao sao tao positivas.

Os jornais dizem nesta quinta que, devido a divergências entre o FMI e a equipe econômica sobre as metas de inflaçao, juros e ajuste fiscal, o acordo deve ter atraso e, portanto, também a liberaçao da segunda tranche do empréstimo pode demorar um pouco mais, talvez só saia em março. De todo modo, os operadores acreditam que o mercado terá paciência para aguardar anúncio de medidas que ajudarao o país no curto prazo. "Se o dinheiro for liberado e as regras forem bem elaboradas, a volatilidade do mercado vai diminuir. Mas, certamente, essa notícia nao é suficiente para afastar a insegurança do mercado financeiro", diz um profissional. Ainda faltam medidas concretas e internas para reduzir o déficit público para que a credibilidade seja reconquistada.

É importante observar que, embora nao haja números oficiais, os operadores percebem que o fluxo cambial voltou a registrar resultado negativo ontem, que deve se repetir hoje. A nomeaçao de Armínio Fraga para a presidência do BC e o empréstimo do FMI ajudam. Mas no curto prazo. "O que o mercado quer ver sao medidas fortes, mobilizaçao interna para combater a crise. Emprestar dinheiro e mexer no câmbio nao eliminam as vulnerabilidades do país", diz o analista.




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