Economia Titulo
Juros para financiar automóvel variam até 100%
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
19/07/2010 | 07:49
Compartilhar notícia


Comprar veículo novo exige muito mais do que simplesmente verificar se as parcelas cabem no bolso. Elas até podem ficar menores ainda se o consumidor tiver paciência e pesquisar bastante. Além do valor financiado para a compra adicionado dos juros, que variam até 100%, existem inúmeras taxas embutidas no valor total.

Nem todas são obrigatórias, mas geralmente são cobradas.São taxas de cadastro, remuneração para terceiros e seguro prestamista, entre outros, que chegam a R$ 2.320 (veja arte).

Segundo Valéria Cunha, assistente de direção do Procon-SP, cada item deve estar discriminado no CET (Custo Efetivo Total), presente no contrato de compra. "O consumidor não é obrigado a pagar taxa de contrato e nem de remuneração, assim como o seguro, que é um serviço. O ideal é contestar a cobrança antes de assinar o documento. Caso não tenha jeito, o contratante deve escrever uma observação no próprio contrato dizendo que está aceitando mas que discorda da cobrança. Depois tira uma cópia e leva a alguma unidade do Procon", explica Valéria.

O consumidor não pode esquecer do pagamento à vista da documentação do carro e da quitação do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), parcelado em três vezes.

JUROS - Quanto aos juros, o consumidor não tem, necessariamente, que fechar negócio com a financeira da concessionária em que está comprando o carro. Ele pode buscar comparações no mercado, seja no banco em que é correntista ou em outro que não tenha conta mas que ofereça vantagens - existem instituições que dão crédito mesmo sem ser correntista.

Comparando as taxas dos bancos HSBC, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bradesco, que responderam à equipe do Diário, elas variam de 1,15% a 2,46% ao mês, dependendo do relacionamento do cliente com o banco, do risco que ele oferece e do período em que pretende parcelar a compra do carro. Em algumas situações, o valor da entrada também muda o cenário dos juros.

O Banco do Brasil oferece a menor taxa, de 1,15%, mas para parcelamento em poucos meses. O máximo a que chegam os juros são 1,50%.

Segundo o gerente executivo de empréstimos e financiamentos da instituição, Alexandre Luis dos Santos, o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) é a melhor opção para quem quer o carro agora. Para quem não tem pressa, o consórcio é mais vantajoso por ser menos oneroso. A taxa adminstrativa é de 12% ao ano, ou seja, 1% ao mês.

Em ambas as situações, entretanto, ele alerta que existe a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) somado aos juros. "São 1,5% ao ano (do valor financiado), o que dá 0,6% ao mês", afirma Santos.

A segunda melhor taxa é da Caixa Econômica Federal, que parte de 1,19% e vai até 1,80% - para não correntistas. "O brasileiro não tem o costume de procurar a menor taxa. Ele vê apenas o que cabe em seu bolso, mas muitas vezes acaba pagando a mais sem perceber", diz Edvaldo Contin, gerente regional de negócios pessoa física.

No HSBC, os juros vão de 1,25% ao mês a 1,80%. Segundo Sérgio Cipovicci, diretor de financiamento de veículos do banco, muita gente acaba comprando por meio do leasing, que parece mais atrativo por não ter o IOF. Por outro lado, o veículo fica alienado em nome de quem o financiou.

Com o CDC, é possível pagar a primeira parcela com o preço normal e a última com desconto, para o caso de quem quiser antecipar o pagamento. Com o leasing, depende do contrato para ter desconto. "Por meio do CDC você já é dono do carro, por mais que não tenha terminado de pagar, pois ele fica no seu nome. O leasing, que funciona como um aluguel (que ao fim do prazo é possível escolher se quer ou não o bem) só é vantajoso para pessoa jurídica, que pode abater os custos como despesas no balanço da empresa e, assim, pagar menos Imposto de Renda", explica Cipovicci.

No Bradesco existem os maiores juros, que vão de 2,08% a 2,46% ao mês.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;