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Ex-chefe de Estado Khmer Vermelho é preso por genocídio
Da AFP
19/11/2007 | 17:42
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O ex-chefe de Estado Khmer Vermelho (1975-1979), Khieu Samphan, foi preso nesta segunda-feira por envolvimento em genocídio no Camboja, por ordem do tribunal especial patrocinado pelas Nações Unidas e encarregado de julgar os crimes cometidos sob esse regime comunista.

O ex-presidente do Camboja foi acusado nesta segunda de crimes de guerra e contra a humanidade, anunciou depois um porta-voz desse tribunal, Reach Sambath. "Os magistrados decretaram sua detenção por um período de um ano, acrescentou.

Khieu Samphan, 76 anos, tornou-se o último membro do regime dos Khmers Vermelhos a comparecer ante a justiça. A defesa será feita pelo advogado francês Jacques Vergès, que tem entre seus ex-clientes mais famosos os terroristas Carlos e Anis Naccache, o nazista Klaus Barbie, o ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic e o ex-vice-ministro iraquiano Tarek Aziz.

Samphan, que estudou na França, e Vergès se conheceram nos anos 50, em Paris, onde ambos freqüentaram os círculos marxistas do movimento anticolonialista.

O ex-chefe de Estado cambojano havia sido hospitalizado na quarta-feira passada, em Penh, depois de sofrer uma crise de hipertensão, e abandonou o hospital Calmette escoltado por cerca de 30 policiais.

Suspeitos - Há vários meses o nome de Khieu Samphan circulava como integrante de uma lista de cinco suspeitos suscetíveis de serem julgados pelo tribunal especial que investiga desde 2006 os crimes mais graves cometidos pelo regime dos Khmers Vermelhos. Quatro comandantes do regime comunista, "Duch", Nuon Chea, Ieng Sary e Ieng Thirith, já foram detidos e indiciados por crimes contra a Humanidade.

Dois milhões de pessoas morreram durante este sombrio período da história cambojana. O Khmer Vermelho foi derrubado após uma invasão vietnamita. Ministra dos Assuntos Sociais deste governo, Ieng Thirith, com idade por volta de 75 anos, era considerada uma forte influência na direção da Kampuchea Democrática.

Julgamentos - As autoridades iniciaram uma corrida contra o tempo para o início dos julgamentos, previstos para 2008, por causa da idade avançada de vários dirigentes da ditadura.

O primeiro suspeito, indiciado em julho, Kaing Guek Eav, conhecido como "Duch", ex-comandante do centro de torturas de Tuol Sleng, tem 65 anos. Nuon Chea, ex-número dois do Khmer Vermelho, tem 82 anos e já foi examinado várias vezes desde que foi preso.

Após a queda do regime maoísta, enquanto alguns de seus companheiros prosseguiam com uma rebelião no noroeste do Camboja, Ieng Sary desertou e passou para o lado do governo em 1996, o que permitiu que recebesse um perdão após uma primeira condenação à revelia durante a ocupação vietnamita.




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