Automóveis Titulo Duas Rodas
Elétrica: conceito a ser seguido
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
17/03/2010 | 07:00
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Difundida nos mercados mais populosos do mundo, a moto elétrica ainda tenta vender o conceito no Brasil. Se a tecnologia que possibilita a sustentabilidade energética e emissão zero ainda engatinha por aqui, fabricantes apostam em um futuro promissor. O desenvolvimento de novas gerações, com maior autonomia e potência, deve atrair consumidores.

"Avaliamos que a moto elétrica terá de 8% a 10% do mercado brasileiro em 2015", acredita Paulo Rogério Fernandez, diretor-executivo da Motor-Z, que monta em regime CKD scooters elétricos em São Bernardo. Se recuperar neste ano os níveis de 2008, o Brasil encerrará 2010 com cerca de 2 milhões de motos vendidas.

Pioneira no mercado, a Motor-Z vende anualmente 1.200 unidades elétricas - cerca de 50% do segmento com esse motor.

É uma pequena fração diante do tamanho do mercado nacional. Mas é infinitamente menor se comparado ao que já existe na China, país com frota circulante de mais de 30 milhões de motocicletas elétricas.

Por isso, marcas como a Sundown, Kasinski, Evader e Zero, por exemplo, planejam ou já oferecem opções de produtos elétricos em suas gamas.

Os modelos mais vendidos atualmente por aqui ainda têm uso focado no lazer das famílias e trabalho. São os scooters elétricos, cuja utilização está mais voltada para deslocamento em ambientes planos e restritos, como fábricas, campos de provas, autódromos e shoppings.

A autonomia gira em torno de 40 quilômetros e a velocidade final fica em 50 km/h.

As baterias são recarregáveis em tomadas comuns de 110 e 220 volts. O tempo de carga pode levar até oito horas e o custo varia de R$ 0,50 a R$ 0,70. O preço do scooter elétrico varia entre R$ 6.500 e R$ 7.000.

Mas a tecnologia tem tudo para crescer e desenvolver-se no Brasil, onde 80% das vendas são concentradas em veículos de baixo consumo e cilindrada. A nova geração deverá conquistar, principalmente, o público masculino, responsável por 75% do mercado nacional (veja o quadro abaixo).

Representada no Brasil pelo Grupo Izzo, a Zero Motorcycles desenvolveu nova geração de produtos que conseguem desempenho equivalente ao de motos com motor a combustão. Orientada para uso trail, o modelo DS, por exemplo, tem motor capaz de gerar 31 cavalos de potência máxima.

Apresentados no último Salão Duas Rodas, em outubro do ano passado, os produtos Zero ainda não tiveram a importação finalizada entre o Grupo Izzo e o fabricante norte-americano. Quando foram apresentadas, as motos da marca tiveram boa receptividade. Sem a necessidade do uso de embragem, motos elétricas da Zero Motorcycles rodam como qualquer outra, não necessitando de nenhum treinamento ou adaptação por parte do piloto.

O sistema de propulsão é feito por uma bateria de ions de lítio - ligada a um computador e um controlador - que fornece a energia para o motor elétrico. A transmissão é automática e conta apenas com uma marcha. A velocidade máxima é de 90 km/h, com aceleração e respostas comparáveis a um modelo convencional com motor a gasolina de 250 cm³.

"A Zero tem modelos surpreendentes, indicados para todas as aplicações, desde o uso urbano até o fora de estrada, passando pelo uso misto", destacou Paulo Izzo, diretor-presidente do Grupo Izzo, quando da apresentação do produto.

Já o executivo da Motor-Z considera o consumidor brasileiro bem mais informado sobre a moto elétrica. "No último Salão Duas Rodas, percebemos a assimilação. Daqui pra frente, o mercado só tende a crescer", diz Fernandez.




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