A dupla brasileira Robert Scheidt e Bruno Prada conquistou a medalha de prata na classe Star, em Qingdao, nesta quinta-feira, nos Jogos Olímpicos de Pequim. Eles cruzaram na terceira colocação na 'Medal Race' (última regata que tem o dobro de pontos) e terminaram em segundo lugar na classificação geral, com 53 pontos perdidos.

Os brasileiros, que estavam em terceiro antes da 'Medal Race', ganharam a prata depois do barco sueco, de Fredrik Loof e Anders Ekstrom, cruzar em último e acabar com o bronze, com 53 pontos perdidos — o mesmo número de Scheidt e Prada, que venceram nos critérios de desempate. Já os britânicos Iain Percy e Andrew Simpson ficaram com o ouro, com 47.

A 'Medal Race' começou com os brasileiros dominando a prova. Eles chegaram a cair para o quinto lugar, mas se recuperaram e pularam para a terceira posição, colocação que mantiveram até o final.

Confusão - A transmissão dos Jogos Olímpicos anunciou os brasileiros como medalhistas de prata, mas pouco depois indicou os suecos com o segundo lugar. Após um pequeno período de incerteza, a organização recolocou Scheidt e Prada em segundo.

Competição - A dupla brasileira não começou bem o campeonato e chegou a ficar em 13º lugar. Mas no decorrer da competição, Scheidt e Prada foram se recuperando aos poucos e, na última quarta-feira, subiram para a terceira posição, na classificação geral, depois de terminarem três provas em terceiro.

Com a medalha, Scheidt empata com o ex-nadador Gustavo Borges, com quatro medalhas olímpicas, e fica somente uma atrás do também velejador Torben Grael, com cinco (dois ouros, uma prata e dois bronzes).

Scheidt - Apesar da experiência na vela, Robert Scheidt, 35 anos, foi a Pequim como estreante. O brasileiro, dono de três medalhas olímpicas na classe Laser (ouro em Atlanta-1996 e Atenas-2004, e prata em Sidney-2000), foi para disputar a Star, que tinha como grande nome Torben Grael.

Prada - Depois da dupla com Scheidt, Bruno Prada, 37, ganhou destaque na vela. Antes, ele havia conquistado apenas um bronze na classe Finn nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999. O único problema foi engordar dez quilos para disputar a Star, que tem um barco maior.

Os dois juntos já conquistaram um campeonato mundial da Star de 2007 e o vice de 2006.

O mais rentável - Com essa prata e o bronze de Fernanda Oliveira e Isabel Swan, na classe 470, a vela voltou a ser o esporte que mais conquistou medalha para o Brasil: 16, superando o judô, com 15. Desde 1968, na Cidade do México, a vela não trouxe medalha somente em Munique-1972 e Barcelona-1992.