O ministro da Coordenação Política, Jacques Wagner, garantiu nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não obteve um empréstimo de R$ 29,4 mil do PT, conforme documentação enviada à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios. Ele explicou que se a negociação aparece no balanço do partido, foi um erro.

Wagner destacou que quando Lula foi presidente de honra do PT, teve suas despesas de viagem pagas pelo partido. "O presidente não tomou dinheiro emprestado do PT, não reconhece a dívida e, portanto, não mandou pagar dívida que ele não tinha. O presidente Lula, como presidente de honra do PT, foi prestar serviços institucionais em nome do PT e suas despesas têm que ser bancadas pelo partido".

Ele destacou que a "contabilidade do PT tem que explicar" o erro ao registrar o suposto empréstimo a Lula. Segundo o ministro, o presidente "está pouco preocupado" com a história.

Sobre a declaração do empresário Marcos Valério de que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) sabia dos empréstimos ilegais ao PT, Jacques Wagner recomendou prudência. "São palavras de um contra palavras de outro".

Reforma política- Apesar de negar envolvimento de Lula nas denúncias de corrupção em seu governo, o ministro admitiu que a crise política "está atormentando" o país. Para Wagner, é preciso fazer uma reforma política para combater o uso de 'caixa 2' em campanhas eleitorais.

"O atual momento de crise propicia o momento de mudança", avaliou. "Somos daqueles que acreditamos que todos os problemas e crises por que passamos são também uma janela de oportunidade para a mudança".

O ministro participou da abertura da Conferência Internacional sobre Desafios e Perspectivas do Fortalecimento das Instituições Políticas Brasileiras, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.