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Petroquímica dobra investimentos
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
13/08/2006 | 09:03
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Segunda principal atividade econômica do Grande ABC, atrás apenas do segmento metal-mecânico, o setor petroquímico da região está em pleno crescimento. Se contabilizados os números de apenas nove grandes empresas do Pólo de Capuava, as indústrias do ramo investem neste ano R$ 1,035 bilhão em projetos que envolvem ampliação de fábrica, modernização e melhoria de processos produtivos, além de segurança, meio ambiente, continuidade operacional e licenciamento de tecnologia.

Esse total é mais que o dobro do aplicado no ano passado (R$ 493 milhões). O dado demonstra que ainda há confiança das companhias do segmento em crescer na região, apesar de desvantagens tributárias, como a alíquota maior de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em São Paulo na comparação com outros Estados.

Aspectos como a proximidade de refinarias da Petrobras, que fornecem o insumo (nafta ou gás) para a Petroquímica União (que produz itens petroquímicos básicos); a vizinhança do principal mercado consumidor do país; a existência de centros de pesquisa e universidades e o fato de os sete municípios reunirem cerca de 400 indústrias transformadoras de plástico ainda pesam a favor do Pólo Petroquímico de Capuava, situado entre Mauá e Santo André.

Além do volume de recursos aplicados, também cresce gradualmente o número de empregos diretos: de 3.750 em 2005 para 4,1 mil. A quantidade de postos de trabalho não é grande, já que essas indústrias têm como característica serem de capital intensivo, ou seja, exigem pouca necessidade de mão-de-obra para gerarem grande riqueza.

E a geração de riqueza é um dos pontos fortes do Pólo, que sozinho contribui com 66% da arrecadação de ICMS de Mauá e com 36% da de Santo André. Além disso, as empresas dos setores químico, petroquímico e de refino juntas representam 25% da arrecadação desse tributo no Grande ABC. Só perdem para as metalúrgicas, que contribuem com 33% do arrecadado com o imposto na região.

Mas há outros benefícios oferecidos pelo segmento. Se, diretamente, há poucos empregos, as expansões das fábricas podem significar um adicional de 14 mil empregos na terceira geração (os transformadores de plástico).

Empresas do Pólo Petroquímico do ABC

Cabot Brasil – Tem mais de 120 anos de história e mantém 36 unidades fabris, divididas em 21 países, chegou ao Brasil em 1972. Quatro anos depois, instalou sua fábrica no Pólo de Capuava, onde produz negro de fumo, matéria-prima utilizada na fabricação de pneus, artefatos de borracha, tintas e plásticos.

Air Liquide/Oxicap – A Oxigênio do Brasil, do grupo Air Liquide, surgiu em 1902, e foi instalada em São Paulo em 1945, com o objetivo de fabricar e comercializar gases industriais, equipamentos para soldagem a arco elétrico e corte térmico em geral. Com a inauguração do Pólo em 1972, a empresa inaugurou uma nova usina de gases, chamada Oxicap, instalando no local o primeiro gasoduto de transporte de oxigênio e nitrogênio do país.

Oxiteno – Uma das maiores do país, a Oxiteno exporta para mais de 40 países e está integrada nas operações de quatro unidades no Brasil e duas no México — incluem especialidades químicas, que atendem alimentos, cosméticos, couros e detergentes.

Polietilenos União – A empresa, pertencente ao grupo Unipar, tem capacidade de produção de 120 mil toneladas anuais da resina polietileno de baixa densidade, voltada à produção de mangueiras, sacaria industrial, frascos, embalagens, entre outros produtos, e de copolímeros de EVA (etileno-acetato de vinila), para uso em tubos, mangueiras, revestimentos de superfície.

Petroquímica União – Primeira central de petroquímicos básicos constituída no Brasil, em 1966, a PQU entrou em operação em 1972, quando foi inaugurada a primeira fase do complexo instalado entre os municípios de Santo André e Mauá, que se transformou no Pólo Petroquímico do Grande ABC. Produz mais de 1,5 milhão de toneladas de produtos petroquímicos por ano. Os carros-chefes são o etileno e o propileno grau químico e polímero. Esses itens, denominados de primeira geração, são matéria-prima para a produção de polietileno, polipropileno, estireno e cumeno, entre outros . A PQU também produz gasolina automotiva A, uma gasolina especial.

Petrobras/Refinaria de Capuava – A Refinaria de Capuava começou as operações em 1954, inicialmente como empresa privada, sendo incorporada à Petrobras em 1974. Sua instalação em Mauá atraiu outras indústrias, formando o Pólo Petroquímico do Grande ABC.

Solvay – Há mais de 60 anos no Brasil, o grupo belga Solvay atua nos setores Químico, Plástico, Transformação e Farmacêutico. Possui sete empresas, com duas instaladas no Pólo Petroquímico do Grande ABC: a Solvay Indupa do Brasil S/A, que produz soda cáustica, hipoclorito de sódio, ácido clorídrico e PVC (Policloreto de Vinila), e a Solvay Polietileno Ltda, que produz o polietileno de alta densidade.

Unipar – A Unipar (União de Indústrias Petroquímicas S/A), constituída em 1969, é uma das maiores holdings petroquímicas do Brasil e tem participação direta em dez empresas. Cinco destas empresas têm sede no Pólo Petroquímico do Grande ABC. A Divisão Química, localizada no Pólo, é fabricante de produtos de segunda geração: cumeno, noneno, tetrâmero de propileno e isoparafinas.

Suzano Petroquímica – A Suzano Petroquímica é líder no mercado de polipropileno na América Latina e pioneira na fabricação desta resina na região. É também a segunda maior produtora de resinas termoplásticas do Brasil. Fundada em 1978, a empresa gera 500 empregos diretos e conta atualmente com três unidades produtivas de polipropileno e uma de compostos de polipropileno: Camaçari (BA), Duque de Caxias (RJ) e Mauá.




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