Os servidores públicos federais, em greve desde 10 de maio, rejeitaram neste sábado a proposta de gratificaçao do governo para 8.703 funcionários e decidiram pela continuidade da paralisaçao. Em assembléia realizada em Brasília, cerca de 240 pessoas representantes de oito categorias de servidores votaram pela manutençao do movimento. O argumento é o de que nao houve reajuste para o funcionalismo, como divulgou sexta-feira o ministro do Planejamento, Martus Tavares. Vladimir Nepomuceno, membro do comando nacional da greve, disse que os servidores nao admitem que o problema salarial seja resolvido com o pagamento de gratificaçoes - que nao serao incorporadas aos vencimentos - destinadas a apenas uma parcela do funcionalismo.

``Nao é possível que a questao salarial seja resolvida com gratificaçao baseada no desempenho do servidor', justificou Tavares. A decisao do governo prevê o pagamento da gratificaçao a 44 mil servidores. Deste total, 36 mil já receberam algum tipo de ganho desde 1995 e nao farao jus ao aumento. Sobraram 8.703 com direito à gratificaçao - que vai variar de R$ 324 até R$ 3.187. Mas eles precisarao passar ainda por avaliaçao de desempenho de produtividade para receber o aumento salarial.

Segundo o líder grevista, o governo sequer definiu os critérios dessa avaliaçao. ``Na prática, nao existiu nem mesmo esse aumento', disse.

O sistema de gratificaçao definido pela equipe econômica no meio da semana nao guarda relaçao com o nível salarial dos possíveis gratificados. O valor da gratificaçao é fixo e o índice de aumento vai variar conforme o salário do servidor promovido pela avaliaçao de desempenho aplicada pelo governo.